Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/TT/MSJPL
Title type
Atribuído
Date range
1352 Date is certain to 1833 Date is certain
Dimension and support
12 liv., 29 mç.; perg., papel
Biography or history
O Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa era masculino, e pertencia à Ordem e à Congregação de São Jerónimo.

O mosteiro era também designado por Convento de Penha Longa, Mosteiro de Nossa Senhora da Saúde ou São Jerónimo de Penha Longa, Convento de Penha Longa de Sintra.

Em 1400, foi fundado por bula de Bonifácio IX "Piis votis fidelium" de 1 de Abril. Foi edificado na quinta da Penha Longa, num local onde provavelmente já existia uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Piedade. A propriedade onde o mosteiro foi construído tinha sido adquirida, em 1390, por frei Vasco de Portugal, eremita, natural de Leiria, que frequentara os meios eremíticos italianos. No entanto, Bonifácio IX, na bula "Piis votis fidelium", indicou o nome do presbítero Fernando João para primeiro prior do novo mosteiro. Apesar desta determinação, frei Vasco tem sido considerado, tradicionalmente, o fundador dos jerónimos em Portugal e o primeiro prior de Penha Longa.

No início, o mosteiro ficou sob jurisdição do bispo diocesano, mas a partir de 1448, a pedido de D. Afonso V e do Infante D. Pedro, Nicolau V outorgou uma bula ao mosteiro, segundo a qual este passava a depender directamente da Santa Sé, assumindo funções de cabeça da Ordem de São Jerónimo em Portugal. Nesta mesma bula, Nicolau V concedia aos mosteiros jerónimos portugueses todos os privilégios, isenções, graças e indultos de que usufruíam as casas de Castela.

Em 1456, Calixto III ratificou as determinações de Nicolau V e o mosteiro da Penha Longa manteve-se casa-mãe da Ordem até 1517, ano em que o prior do Mosteiro de Santa Maria de Belém, por bula de Leão X, assumiu o cargo de provincial.

Em 1517, em 7 de Abril, D. Manuel I fez o seu testamento no Mosteiro de Penha Longa.

Desde 1535, o mosteiro foi sede de um Colégio instituído por D. João III, que tomou a seu cargo a responsabilidade pelo salário dos mestres, o mantimento de doze religiosos e outras despesas necessárias ao funcionamento do mesmo. Em 1537, por conveniência dos estudos de D. Duarte, filho de D. João III, o Colégio foi transferido para o mosteiro de Santa Marinha da Costa de Guimarães.

Em meados do século XVI, o património fundiário do mosteiro, circunscrito à província da Estremadura, distribuía-se essencialmente pelos termos de Lisboa, Sintra e Cascais.

No Mosteiro de São Jerónimo da Penha Longa funcionou o noviciado da Ordem dos Jerónimos, em Portugal.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.

Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Custodial history
Em 1883, a 9 de Maio, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda, de 20 de Março de 1865, os documentos pertencentes ao extinto Convento da Penha Longa foram transferidos do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa para o Arquivo da Torre do Tombo.

Em 1871, a 1 de Abril, os documentos pertencentes ao cartório deste Convento, foram transferidos da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais para o citado Arquivo.

Parte da documentação esteve integrada na designada Colecção Especial. Entre os anos de 1938 e 1990, sempre que possível e considerando a sua proveniência, a documentação foi reintegrada nos fundos, numa tentativa de reconstituição dos cartórios de origem. Estes documentos foram ordenados cronologicamente, constituídos maços com cerca de 40 documentos, aos quais foi dada uma numeração sequencial.

Em Outrubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.

A descrição dos documentos foi feita, na sua maioria, a partir das descrições já existentes nos ID, ou do sumário patente no verso dos documentos.
Acquisition information
Um manuscrito foi comprado no leilão Soares e Mendonça Lda. a 7 de Novembro de 1974.
Scope and content
Contém um livro dos foros e rendas do mosteiro, inventários do cartório (1542-1598), índice dos documentos do cartório, livros de receita e despesa, de notícia dos prazos, de tombo, demarcações de propriedades, de cobranças de foros, de registo de diversos documentos, sentenças e cartas régias, carta de visita do geral da Congregação de São Jerónimo e do abade de Santa Maria de Belém, carta régia dirigida ao abade da Congregação sobre a execução do breve de Clemente XIV que extinguia a Companhia de Jesus, provisões, cartas de emprazamento, de venda, de avença, de arrendamento, de monitória, executória e citatória, de renúncia, de legitimação, de quitação e obrigação, de arrematação, de compromisso, de concertos, de partilha, de escambo, de doação (inclui confirmação da rainha D. Leonor), de composição, de compra (inclui traslados, extractos), de renúncia (inclui extracto), de partilha, de licença, de ratificação, de petição, de execução, de dote para ingresso no Mosteiro, de desistência, de ratificação da profissão (inclui traslado) compromissos e contratos de instituição de capela, certidões, alvarás do arcebispo de Lisboa, documentos relativos à Confraria de Nossa Senhora da Saúde, requerimentos, traslados do século XVIII de documentos do século XV. Inclui também fragmentos de códices litúrgicos e documentação relativa ao Mosteiro da Pena (1511-1823), documento relativo a um jazigo e um inventário.

Contém também uma declaração de desobriga, documentos relativos a capelas (breve do papa Clemente X sobre a administração da capela instituída no Mosteiro pelo marquês de Cascais, escrituras, instrumento de instituição de uma capela de missas incluindo a compra de uma quinta), autos de justificação relativos a águas, actas de Capítulos da Congregação de São Jerónimo celebrados no Mosteiro de Belém, em 1780, e decisões de Capítulos privados celebrados no mesmo Mosteiro (1 de Outubro de 1768, 29 de Abril de 1769).

Contém ainda documentos de processos de habilitação "de genere", e inquirições de limpeza de sangue, de vida e costumes.

Inclui ainda padrões de juro e herdade, tenças e esmolas, privilégios, causas sobre dívidas, procurações, notificações, sentença apostólica, demandas, rol de terras, de foreiros, de gastos, declaração de dívidas, recibos, certidão de éditos.

A documentação menciona bens situados em Cascais e seu termo, em Sintra e seu termo, em Lisboa, em Alenquer, Barreiro, Ribeira de Pena, Valverde, Lameira, Lomba, Ponte, Covas, Lapinha, Abrunheira, Carrascal e Massarocas, Aldeia Galega, Colares e Montelavar, São Pedro de Penaferrim, Alcabideche, Lourinhã, Areias e Rebelva no termo de Cascais.

A documentação refere o marquês de Pombal (1777), D. Filipe III, o infante D. Pedro, D. João V, o bispo D. Brás de Barros, o prior de São Martinho, frei Vasco Martins ermitão e seus companheiros, João Domingues corrector e sua mulher Branca Fernandes, os confrades de São Julião de Algueirão, João de São Miguel religioso e procurador, frei Jorge, os padres de Santa Maria do Espinheiro de Évora, frei Francisco da Silva, padre Pero Gomes, frei Martinho Martiniano de Castro, frei Afonso de Santa Maria, a Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, a Casa das Carnes, e Forno do Veado no termo de Sintra, a Igreja de Santa Cruz de Lisboa, e a Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Cascais (1587), entre outros.

Fundos Eclesiásticos; Ordem de São Jerónimo; Masculino
Arrangement
Ordenação numérica específica para cada tipo de unidade de instalação (livros e maços)
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

Catálogo dos documentos do Mosteiro de Penha Longa relativos a Sintra, ordenado cronologicamente, 1978 (C 1069). Verbetes do espólio de Silva Marques.

Catálogo dos documentos do Mosteiro de Penha Longa relativos a Sintra, ordenado cronologicamente, (maço 1), 1978 (C 1070). Verbetes do espólio de Silva Marques.

"Índice [catálogo] dos livros de diversos conventos, ordens militares e outras corporações religiosas guardados no Arquivo da Torre do Tombo", Conventos Diversos, cad. 3 (Santo Elói a Teatinos) (C 270) f. 105-106. Descreve 2 liv..

Inventário dos documentos dos maços 11 a 13 (antigos mç. 1 a 3) do Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa, 2.ª incorporação, 1952 (C 454).

Inventário dos documentos dos maços 14 a 17 (antigos mç. 4 a 7) do Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa, 2.ª incorporação, 1952 (C 455).

Inventário dos documentos dos maços 18 a 22 (antigos mç. 8 a 12) do Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa, 2.ª incorporação, 1952 (C 456).

Inventário dos documentos dos maços 23 a 27 (antigos mç. 13-17) do Mosteiro de São Jerónimo de Penha Longa, 2.ª incorporação, 1952 (C 457).

"Inventário das Corporações Religiosas, desintegrado da antiga Colecção Especial" (inclui a tabela de equivalência e a "Nota explicativa" da restituição dos documentos aos cartórios de origem, feita pela conservadora Maria Teresa Geraldes Barbosa Acabado), em 24 de Julho de 1978 (L 208).

Relação de documentos vindos da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais, em 14 de Maio de 1894 (letras L-V) (C 280) f. 39-45. Organização topográfica. Descreve 9 liv. e 1 mç.

Relação dos documentos pertencentes ao extinto Convento da Penha Longa que, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda, de 20 de Março de 1865, foram transferidos do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa, para o Arquivo da Torre do Tombo, em 9 de Maio de 1883, e dos documentos pertencentes ao cartório deste Convento, transferidos da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais para o citado Arquivo, em 1 de Abril de 1871 (C 453). Descreve os maços 9 e 10.
Related material
Portugal, Arquivo Histórico Municipal de Sintra.

Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, cx. 2244 , inv. n.º 306.

Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria - "Livro dos estatutos da ordem do nosso padre São Jerónimo em estes reinos de Portugal". [entre 1600 e 1800]. Apresenta nota na página de título: "Da Livraria da Graça de Lisboa". Manuscritos da Livraria, n.º 219

Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria - "Regula et constitutiones coleggi Sancti Hieronymi". 1727. Apresenta anotação manuscrita na página de título: "De um indigno filho frei Manuel de São Jerónimo que as tresladou no segundo ano de teólogo, de 1727". O documento contém as regras e constituições do colégio de São Jerónimo, datadas de 1639. Manuscritos da Livraria, n.º 263

Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria - "Crónica do máximo doutor e príncipe dos patriarcas, São Jerónimo, particular do reino de Portugal [...] pelo padre frei Manuel Baptista de Castro, monge de São Jerónimo e professo do real mosteiro de Belém. Tomo I e II". [17--]. Manuscritos da Livraria, n.º 729
Publication notes
"Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 155-156.
SANTOS, Cândido dos - "Os Jerónimos em Portugal: das origens aos fins do século XVII". 2.ª ed. Porto: Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, 1996. p. XVIII-XIX, XXV, XXX, XXXI. ISBN 972-96608-1-6.
Creation date
07/04/2011 00:00:00
Last modification
11/08/2023 09:42:55