Mosteiro de Santa Maria de Fiães

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/TT/MSMF
Title type
Atribuído
Date range
1440 Date is certain to 1834 Date is certain
Dimension and support
21 liv., 6 mç.; perg., papel
Biography or history
O Mosteiro de Santa Maria de Fiães era masculino e pertencia à Ordem de Cister.

Com existência comprovada a partir de 1142, alguns autores têm defendido que as origens do Mosteiro de Fiães remontam a finais do século IX.

Depois de ter seguido, provavelmente, uma das regras peninsulares, em 1157, a comunidade de Fiães já observava os costumes beneditinos, datando de 1194 a primeira menção conhecida que atesta a presença dos cisterciences no cenóbio.

Filiado no Mosteiro de São João de Tarouca, o Mosteiro viveu um período de esplendor inicial que se prolongou além do século XIII, época em que fundou a abadia de Ermelo.

No "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321", o mosteiro foi taxado em 400 libras.

Considerado, do ponto de vista jurisdicional, um cenóbio "nullius diocesis", ou seja, não dependente de nenhum bispo, e exercendo o abade sobre o domínio uma jurisdição quase episcopal, Fiães veio a sofrer com a presença dos abades comendatários. Depois de um prolongado período de decadência, a partir de 1530, quando o prior de Alcobaça, Dom João de Cós, assumiu o cargo de abade de Fiães, a vida da abadia foi restaurada.

Em 1533, por ocasião da visita do abade de Claraval, além do superior, a comunidade tinha quatro religiosos de coro e dois conversos.

O censual de D. Frei Baltasar Limpo (1551), refere as igrejas de Santa Maria de Rompecilha e de Santa Maria da Orada como anexas ao Mosteiro.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.

Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Custodial history
A toda a documentação dos cartórios de mosteiros ou conventos custodiados pela Repartição da Fazenda de Viana do Castelo foi atribuída uma numeração sequencial. Desta fase de custódia resultou a designação genérica de "Conventos de Viana" por que passaram a ser conhecidos.

Mais tarde, foram transferidos para a Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos, em virtude do Art.º 6.º do Decreto de 29 de Dezembro de 1887 e do Ofício da Direcção Geral dos Próprios Nacionais, de 31 de Outubro de 1889, sendo incorporados no Arquivo da Torre do Tombo, em 5 de Maio de 1890. Nesta remessa se incluem 21 livros de sentenças e de emprazamentos e 5 maços de documentos dos séc. XV e seguintes, com os n.º de Ordem 466 a 490, pertencentes ao Mosteiro de Santa Maria de Fiães da Ordem de São Bernardo.

Em 1990, sob orientação da Dr.ª Maria José Mexia Bigote Chorão, alguns documentos deste fundo foram nele integrados, depois de ter sido identificada a sua proveniência, e retirados da colecção Documentação de conventos por identificar, cx. 11, conforme apontamento existente na caixa.

Em Outrubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.
Scope and content
Contém livros de prazos e notas antigas de vários tabeliães, livros de sentenças, e de vedorias, autos, sentenças, e outros documentos, na sua maioria, posteriores ao séc. XVI; inclui poucos documentos para a época anterior.

A documentação menciona bens situados nos locais e termos de Alvaredo, Amarante, Arcos de Valdevez, Barosas, Braga, Candosa, Castro Laboreiro, Cavaleiros, Chaviães, Corsas, Couto de Sanfim, Cristoval, Felgueiras, Fiães, Galiza, Geras, Gondomil, Guimarães, Lanhoso, Lapele, Melgaço, Merelha, Monção, Passos, Penso, Pesqueiras, Ponte de Lima, Regalados, Remoães, Ribeira de Pena, Rompecilha, Roussas, Sampaio, Sanfins, Santa Eulália de Moinhos, Santa Marta, Santo André de Moimenta, São João de Sá, São Miguel de Mossiganes, São Tiago de Pias, Soajo, Terras de Bouro, Valadares, Valença do Minho, Vieira e Vila do Conde.

Fundos Eclesiásticos; Ordem de Cister; Masculino
Arrangement
Ordenação numérica específica para cada tipo de unidade de instalação (livros e maços).
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

Relação dos livros e documentos vindos da Repartição de Fazenda de Viana do Castelo, de 20 de Dezembro de 1889, recebidos na Torre do Tombo, em 5 de Maio de 1890 (L 282) f. 30-30v.

"Tabelas de correspondência entre os números de ordem antigos referentes ao índice L 282 - "Conventos de Viana" e a nova ordem atribuída", Outubro 1990 (L 552).
Related material
Portugal, Arquivo Distrital de Braga.

Portugal, Arquivo da Universidade de Coimbra.

Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, cx. 2216, inv. n.º 162
Publication notes
"Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 109-110.
Creation date
04/04/2011 00:00:00
Last modification
11/08/2023 09:42:56