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Inventário de extinção do Convento de Nossa Senhora da Soledade de Lisboa

Description level
File File
Reference code
PT/TT/MF-DGFP/E/002/00069
Title type
Atribuído
Date range
1856 Date is certain to 1911 Date is certain
Dimension and support
1 proc. (543 f.); papel
Scope and content
O Convento pertencia à Ordem da Santíssima Trindade, também era conhecido por Convento das Trinas do Mocambo.

Foi mandado extinguir por Decreto de 6 de Outubro de 1864, em virtude de não existir o número legal e canónico de religiosas, sendo habitado apenas, por quatro professas.

A única religiosa professa que habitava no convento faleceu, em 14 de Janeiro de 1878.

Por ocasião da morte da religiosa, a fim de se proceder à administração provisória dos bens do Convento, o presbítero Raimundo dos Anjos Beirão, capelão das Irmãs Hospitaleiras da Terceira Ordem da Penitência, foi nomeado pelo cardeal patriarca, para assistir ao inventário e receber por depósito os objectos de culto (1878).

Coube ao cardeal patriarca proceder à supressão do Convento e à administração dos rendimentos do mesmo, nos termos do art.º 11, da Lei de 4 de Abril de 1861, bem como pagar a cada uma das religiosas (residindo ou não na clausura) uma pensão mensal de 30.000 réis.

Integra o auto de posse do edifício do Convento pela Fazenda Nacional, e o inventário dos bens (autos de avaliação dos objectos da Igreja e do Convento).

Contempla documentos sobre a pretensão de D. Maria da Piedade Caetano Álvares Pereira de Melo, e seu marido D. Jaime de Melo, senhores da Casa de Cadaval, de tomar posse do Casal da Boa Vista e Buenos Aires, doado pelo duque de Cadaval, D. Nuno Álvares Pereira, em 1662, ao Convento de Nossa Senhora da Soledade, e de receberem os foros, fundamentando-se na sua extinção.

Reúne cadernos do inventários da descrição e avaliação do Convento, da cerca, de prédios (urbanos e rústicos) e anexos, feitos na presença da vigária soror Maria Bárbara do Carmo, de Miguel Augusto Pacheco, secretário da comissão, do comissionado eclesiástico Joaquim José Tomás, e dos louvados Guilherme António Costa Freire e Manuel Ferreira, em 28 de Janeiro de 1859.

Contém mapas de bens e rendimentos do Convento das Trinas, do pessoal, descrição dos prazos, das dívidas activas e passivas, de despesa, bem como a cópia do Decreto da extinção do Convento (1864).

Inclui uma comunicação de Luís de Sousa Fonseca Junior, da Direcção Geral da Contabilidade do Tesouro Público, Ministério da Fazenda, sobre a inviabilidade de incluir os subsídios das religiosas na folha de pagamento dos conventos de Santa Mónica, Trinas do Mocambo, de Lisboa, de Aracoeli em Alcácer do Sal, e de Nossa Senhora da Esperança de Vila Viçosa, por não terem ainda sido suprimidos ( 28 de Agosto de 1865).

Contém documentação de António Faustino da Silva, delegado do Tesouro, do distrito de Lisboa, sobre a impossibiblidade de executar a supressão dos conventos de Santa Mónica e das Trinas do Mocambo, pois ainda não obtivera autorização do Cardeal Patriarca, que foi informado em 1864, e em 1866 (20 de Fevereiro de1866).

Inclui ainda autos de avaliação de foros (1872-1873).

Por Portaria de 11 de Agosto de 1876, foi concedida uma parte do edifício do Convento das Trinas, e a cerca, à Associação das Irmãs Hospitaleiras da Terceira Ordem da Penitência de São Francisco de Assis, e concedida a sua posse definitiva por Carta de Lei de 9 de Junho de 1883.

Integra a cópia autêntica do parecer fiscal sobre o Casal da Boa Vista, emitido por Joaquim José da Costa e Simas, da Secretaria da Procuradoria Geral da Coroa e da Fazenda, em 15 de Novembro de 1901.

Inclui também a cópia da escritura de doação do Casal da Boa Vista feita pelo duque do Cadaval ao Convento de Nossa Senhora da Soledade (1662), estiveram presentes na grade do locutório (ouvidas e não vistas) as fundadoras, madre abadessa, soror Catarina de Santo António, e a madre vigária, soror Ana de São Francisco, e da parte de fora da grade o padre mestre frei Gaspar Nogueira, provincial da dita Ordem e vigário do Convento, e o Dr. Francisco Lopes Henriques procurador do duque do Cadaval, D. Nuno Álvares Pereira e de sua mulher, a duquesa D. Maria de Faro, Lisboa a 9 de Julho de 1903.

Em 10 de Agosto de 1904, foi enviado à Relação o processo da Fazenda Nacional contra Maria Graziela Zileri de Álvares Pereira de Melo, duquesa de Cadaval, e no ano seguinte a 7 de Janeiro, foi enviado outro processo ao Supremo Tribunal.

A documentação menciona bens situados nos concelhos de Lisboa, Cascais, entre outros.
Physical location
Ministério das Finanças, Convento de Nossa Senhora da Soledade de Lisboa, cx. 1965
Original numbering
IV/I/90 (1) a IV/I/90 (99) - caixa 88
Language of the material
Português
Notes
Documento selecionado para o projeto "Lx Conventos: Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX.", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.
Creation date
19/03/2009 00:00:00
Last modification
12/07/2016 10:19:24