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Inventário de extinção do Convento do Santo Crucifixo das Francesinhas de Lisboa

Description level
File File
Reference code
PT/TT/MF-DGFP/E/002/00081
Title type
Atribuído
Date range
1856 Date is certain to 1893 Date is certain
Dimension and support
1 proc., plantas (315 f.); papel
Scope and content
O Convento pertencia à Ordem dos Frades Menores (Ordem de São Francisco), estava situado no lado sul da Calçada da Estrela, fazendo esquina com o Caminho Novo, 4.º Bairro de Lisboa, freguesia de Nossa Senhora da Lapa. Confrontava a sul com a cerca do Convento das Inglesinhas.

Foi fundado pela rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia.

As religiosas não podiam ter bens próprios, e as inscrições que possuíam, foram-lhe legadas.

Foi extinto em 9 de Março de 1890, por morte da última religiosa, a madre Henriqueta Maria da Conceição.

Em 20 de Março de 1890, a Fazenda Nacional tomou posse do edifício e bens.

Contém inventários da descrição e avaliação de bens imóveis (rústicos e urbanos) e dos bens móveis, do edifício do Convento, igreja, cerca, anexos, alfaias, objectos de culto e profanos, foros, prazos, autos de avaliação, mapas de despesa, pessoal do Convento, títulos de crédito público (1856).

Em 1859, por ocasião da elaboração das minutas de inventário, estiveram presentes a abadessa soror Ana Gertrudes da Conceição, Luís Augusto Teixeira Neto de Melo e Vasconcelos, prior da igreja paroquial de São Mamede de Lisboa e presidente da comissão do inventário (nomeado pelo Dr. Manuel José Fernando Cicouro, vigário geral interino do Patriarcado) e Miguel Augusto Pacheco, funcionário da Fazenda.

Integra a relação dos objectos do espólio do extinto Convento que foram enviados à Academia Real de Belas Artes, de Lisboa (1890), à sede do Asilo de Costureiras e Criadas de Servir, e também deixados em legado à Junta da Paróquia da freguesia de Lousa, concelho de Castelo Branco, compareceram ao referido acto, Leonel da Costa Valente, representante do Asilo, e D. José de Aragão Costa Lacerda da Vitória, conde de Tondela como procurador da paróquia, entre outros (1902).

Contém também requerimentos da associação de beneficência e de instrução denominada Associação Promotora do Ensino dos Cegos, instituída em Lisboa e autorizada por Alvará de 26 de Fevereiro de 1891, bem como de D. Maria de Jesus Borges, proprietária de um terreno pertencente ao extinto Convento de Santa Brígida (actual Colégio Jesus, Maria, José, em 1897) para venda e aquisição de outro, situado a doze metros de distância do Posto de Desinfecção dos Veículos Fúnebres, planta.

Reúne documentação da Associação do Asilo para Educação de Costureiras e Criadas de Servir, cujos estatutos foram aprovados por Alvará de 12 de Abril de 1886, estabelecida neste Convento, sendo presidente, José de Saldanha Oliveira e Sousa, e secretária a viscondessa de Carvalho (1890-1891).

Reúne documentação da Câmara Municipal de Lisboa, tendo em vista o alinhamento da Avenida D. Carlos I.

Contempla o inventário de todos os bens do extinto Real Convento do Santo Crucifixo integrando duas plantas em anexo.

Participaram no referido acto, o Dr. Manuel Joaquim Carrilho Garcia, administrador do 4.º Bairro, presbítero Joaquim Lourenço Leitão (nomeado pelo cardeal patriarca), Henrique Joaquim de Abranches Bizarro, encarregado do inventário (nomeado pelo inspector da Fazenda Pública, director da Repartição da Fazenda do distrito de Lisboa) e Luís Carlos Rebelo Trindade, Inspector das Bibliotecas Públicas, avaliador dos livros impressos e manuscritos.

O espólio do Convento continha missais romanos (editados em diversos países)," Ceremonial des Réligieuses Capucines dites Files de la Passion", "Martirologium Romanum Gregorii XIII", entre outras obras de teor místico, biografias, hagiologias, de diversos autores, em francês, espanhol, latim.

Continha ainda livros manuscritos que tinham escritos os reais nomes dos sereníssimos protectores da Congregação do Santíssimo Crucifixo de Lisboa, do ano de 1793 (tendo assinaturas autógrafas da família real), assentos dos irmãos, de esmolas, côngruas e ordinárias, da sacristia, de colecção de documentos antigos contendo vários prognósticos feitos por santos, da roda, de recibos das ordinárias e esmolas, dos termos da Irmandade do Santíssimo Crucifixo, "O que se costuma fazer na morte e enterro das religiosas deste Convento", de esmolas às freiras, "Ritual das Filhas da Paixão", "Novena da gloriosa senhora Santa Rosa de Lima", "Novena para uma alma religiosa do Convento do Louriçal celebrar a memória da sua profissão", por fr. José Caetano, entre outros.

Foram entregues dois livros ao prelado, e os restantes à Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos, em 22 de Outubro de 1890.

O cartório era constituído por tombos da fundação do Convento do Santo Crucifixo das Religiosas Capuchas da Ordem de São Francisco, da última reforma das capuchinhas (1688), o testamento da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, padroeira do Convento, e da Infanta D. Isabel Luísa Josefa, de Bento Dias Pereira Chaves, documentos de receita e despesa que vieram da extinta comissão, da sociedade de Brancanes, da compra de terrenos para o Convento, entre outros.
Physical location
Ministério das Finanças, Convento do Santo Crucifixo das Francesinhas de Lisboa, cx. 1987
Original numbering
IV/A/27 (1) a IV/A/27 (14) - caixa 103
Language of the material
Português
Notes
Documento selecionado para o projeto "Lx Conventos: Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX.", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.
Creation date
19/03/2009 00:00:00
Last modification
12/07/2016 10:19:33