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Inventário de extinção do Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento de Lisboa

Description level
File File
Reference code
PT/TT/MF-DGFP/E/002/00086
Title type
Atribuído
Date range
1856 Date is certain to 1932 Date is certain
Dimension and support
1 proc. (275 f.); papel
Scope and content
O Convento pertencia à Ordem dos Frades Menores (Ordem de São Francisco), era também conhecido por Conventinho de Santa Clara, estava situado no Campo de Santa Clara, 1.º Bairro de Lisboa, freguesia de Santa Engrácia. Foi extinto em 12 de Dezembro de 1901, por morte da última religiosa.

A Fazenda Nacional tomou posse do edifício, em 16 de Dezembro de 1902, sendo depositária dos bens móveis, a pupila D. Emília Rosa de Figueiredo.

Contém o inventário da descrição e avaliação do edifício, igreja e anexos, do suprimido Convento, dos bens móveis, imagens, objectos sagrados, presépios, paramentos, quadros, mobília, louças, utensílios domésticos e objectos diversos, sinetas, sinetes, violoncelo, biblioteca e cartório (1902).

Reúne o mapa das dívidas activas e passivas, da despesa, do pessoal do Convento e seculares (1856), relação das antigas pupilas que residiram no extinto Convento que recebiam subsídio da Direcção Geral da Fazenda Pública - Ministério das Finanças (1912), relação de objectos de valor artístico existentes no ex-Convento do Desagravo, e assinadas por Carlos Lopes Quadros.

Contém também documentos sobre a extinção do Convento do Rego, que foi entregue ao Hospital de São José, requerimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acerca de um legado deixado por D. Maria Joana Baldaia em testamento datado de 3 de Outubro de 1859, bem como do conde de Ávila sobre a necessidade das pupilas do Convento do Desagravo residirem no mesmo, em detrimento das servitas de Nossa Senhora das Dores estabelecidas no Rego, devido à falta de espaço, do Asilo da Ajuda - Sociedade Protectora das órfãs desvalidas das vítimas da cólera morbus em 1856, e da febre amarela em 1857, com sede na Calçada da Tapada, n.º 163, a solicitar a cedência de um dos sinos.

Inclui documentação sobre o legado de D. Maria Exequiel do Quental.

A biblioteca era composta por crónicas de reis portugueses, castelhanos, de Santo Agostinho, biografias, hagiologias, salmos, mística, epistolas, memórias, Bíblia, epopeia (Eneida, de Virgílio), sobre os conventos de religiosas em Portugal e na Inglaterra, "Descrição do Reino de Portugal", gramática portuguesa, ortografia, "História da fundação do real Convento de Santa Mónica de Goa", "Respostas sobre as regras da Ordem da Visitação de Santa Maria" (1792), "Segredos medicinais", entre outros. Continha obras produzidas por autores nacionais e estrangeiros, nomeadamente, Francisco de Andrade, padre Lourenço Scripoli, padre Manuel de São José, Bento José de Sousa Farinha, Fleury, Manuel José Curvo Semedo, editados em Lisboa, Porto, Madrid entre outros, desde o século XVI até o XIX.

O cartório continha livros e documentos da administração dos bens do Convento, receita, actas de admissão de religiosas, das profissões, escritura de venda da quinta de Água em Corroios, alvará de aprovação de estatutos das religiosas do Convento do Louriçal, do concelho de Pombal, passado em Roma pelo cardeal Albano, em 24 de Maio de 1692, cartas pastorais, padrões de juro, entre outros.

Em 1902, a Academia de Belas Artes, e a Inspecção das Bibliotecas Públicas seleccionaram os objectos pretendidos.

Em virtude do Decreto de 6 de Abril de 1911 (publicado no Diário do Governo n.º 234, de 4 de Outubro de 1912), a Comissão Jurisdicional dos Bens das Extintas Congregações Religiosas sobre proposta do Ministério da Justiça e nos termos do n.º 7 do art.º1.º, concedeu o edifício do extinto Convento, a título precário, à Direcção Geral de Assistência Pública, para instalação dos alunos do Colégio do Calvário, bem como a casa anexa denominada do capelão, não incluindo o recheio e mobiliário.

Em 1914, encontrava-se instalada na Igreja do Convento, a Escola Profissional.

Na mesma data, foi cedida temporariamente a posse da igreja do extinto Convento, por petição do tenente-coronel Henrique Fradesso de Salazar, ao Depósito Central de Fardamentos.

Em 1919, encontrando-se desocupada.

A documentação menciona bens nos concelhos de Lisboa, Seixal, Santarém, Sintra, Torres Vedras, Olivais.
Physical location
Ministério das Finanças, Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento de Lisboa, cx. 2009
Original numbering
IV/A/52 (1) a IV/A/52 (26) - caixa 115
Language of the material
Português
Notes
Documento selecionado para o projeto "Lx Conventos: Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX.", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.
Creation date
19/03/2009 00:00:00
Last modification
12/07/2016 10:19:33