Marqueses de Rio Maior

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/TT/MRM
Title type
Atribuído
Descriptive dates
1354; 1572; 1578-1974 (predominantemente séculos XVIII e XIX)
Dimension and support
351 cx., 6 mç., 12 mct. (c. 2500 doc.)
Biography or history
O 1.º Conde de Rio Maior foi João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa Juzarte Figueira (1746-1804), filho de António Saldanha de Oliveira e Sousa, 15.º morgado de Oliveira, e de D. Constança de Portugal. Foi 16.º administrador do morgado de Oliveira, comendador de Santa Maria de África e de mais cinco comendas da Ordem de Cristo, grã-cruz da mesma Ordem, do Conselho de Estado, gentil-homem da Câmara da rainha D. Maria I, deputado da Junta Provisória do Erário Régio e inspector geral do Terreiro Público. Casou com D. Maria Amália de Carvalho e Daun, filha dos 1os Marqueses de Pombal.

O 2.º Conde, filho primogénito dos anteriores, António de Saldanha Oliveira Juzarte e Sousa (1776-1825), 17.º senhor do morgado de Oliveira, sucedeu a seu pai nos bens da Casa. Frequentou o Colégio dos Nobres e obteve o grau de bacharel em Leis na Universidade de Coimbra. Gentil-homem da câmara de D. João VI, grã-cruz das Ordens de Santiago de Espada e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, foi coronel do Regimento de Milícias de Lisboa Oriental. Em 1800 assentou praça como cadete em Infantaria n.º 4. Posteriormente promovido a capitão, participou na campanha de 1801, como ajudante de campo do general Gomes Freire de Andrade. Foi depois nomeado comandante, no posto de coronel, do Regimento de Voluntários Reais de Milícias a Pé de Lisboa Oriental. Em 1807 acompanhou a família real na sua retirada para o Brasil, regressando em 1821. Voltou ao Brasil depois da Vilafrancada, encarregue por D. João VI, com Francisco José Vieira, de entregar cartas suas a D. Pedro, seu filho, e à mulher deste, a princesa D. Maria Leopoldina. Em 1823 foi incumbido por D. João VI de acompanhar ao estrangeiro o infante D. Miguel, após a Abrilada. Casou com D. Maria Leonor Ernestina de Carvalho Daun e Lorena, filha dos 3.os Marqueses de Pombal e 1.os Condes da Redinha. Faleceu em Viena em 1825.

O 3.º Conde foi João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, filho primogénito dos anteriores e herdeiro dos bens da Casa (1811-1872). Iniciou a sua carreira militar como alferes de lanceiros e ajudante do Duque da Terceira, em 1833. Foi Par do Reino na 1.ª Câmara dos Pares, criada em 1826. Em 1854 foi governador civil de Coimbra e, em 1858 e 1859, vereador e presidente da Câmara Municipal de Lisboa e procurador à Junta Geral do Distrito desta cidade. Casou em 1835 com D. Isabel Botelho Mourão e Vasconcelos, filha dos 1.os Condes de Vila Real.

Foi 4.º Conde e 1.º Marquês o filho primogénito e herdeiro do anterior, António José Luís de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa (1836-1891), bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, oficial-maior da Casa Real com o cargo de mestre-sala, Par do Reino e deputado. Foi adido honorário da Legação em Paris, provedor da Santa Casa da Misericórdia em Lisboa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Casou, em 1861, com D. Maria Isabel de Lemos e Roxas Carvalho e Meneses de la Rue Saint Léger, filha dos 2.os Marqueses da Bemposta-Subserra, do quais não houve descendência.

Foi 5.º Conde e 2.º Marquês João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, sobrinho do anterior, nascido em 1878, engenheiro civil de Obras Públicas e Minas, moço fidalgo da Casa Real com exercício no Paço, escritor e historiador. Casou com D. Maria Bárbara Ferreira, filha de António Vicente Ferreira. O filho primogénito usou o título de Conde de Rio Maior, e o segundo o de Conde de Azinhaga.

O 6.º Conde foi João António de Saldanha Oliveira e Sousa, filho primogénito do anterior, nascido em 1901, engenheiro civil, oficial de artilharia, com o posto de major, engenheiro fabril do exército, presidente da Câmara Municipal de Oeiras. Casou em 1929 com D. Luísa Maury. Deste casamento foi primogénito João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa, nascido em 1930, 4.º Marquês de Rio Maior.
Custodial history
Na listagem existente do arquivo da Casa de Rio Maior, contém uma nota acom a seguinte informação:

"Resultado da conferência realizada em Abril e Maio de 2004, entre a documentação em depósito e a listagem dos livros que constituem o arquivo histórico da Casa de Rio Maior".

"1) Não foi localizada a documentação referente às seguintes 15 "fichas":

3001- Documentos de caixa, anos 1935/1936

3004- 11 Livros diversos de Contabilidade e Actas

3007- Apontamentos pessoais, cópias manuscritas de livros e apontamentos de estudo do senhor Marquês de Rio Maior

3008- Jornais coevos, sobre a morte e testamento do rei D. Fernando II

3009- Jornais coevos, sobre a morte de Manuel II, em 02.02.1933 e seu funeral em 02-08-1933

3010- Jornais coevos, sobre o Regicídio

3011- Apontamentos pessoais e correspondência sobre assuntos da Casa da Moeda, do senhor D. José de Saldanha Oliveira e Sousa (1865-1881)

3101- PACOTE A -Cartas geográficas e Plantas Diversas de Propriedades [antigas e actuais]

3102- PACOTE B- Cartas geográficas e Plantas Diversas de Propriedades [antigas e actuais]

3103- CAIXA A -Documentos que pela sua natureza não tem interesse e cuja classificação, para além de difícil e morosa, se tornaria impraticável e sem utilização

3104- CAIXA B - Talões [canhotos] de recibos de rendas das propriedades urbanas

3118- Correspondência diversa do senhor 2º Marquês de Rio Maior

3119- Correspondência diversa do senhor 2º Marquês de Rio Maior

3127- "Diário" do senhor 2º Marquês de Rio Maior

3156- Arquivo Pessoal



29) O conteúdo de três fichas não corresponde à descrição existente:

"as fichas 3107 e 3108- descritas como "Correspondência diversa do senhor 2º Marquês de Rio Maior"- correspondem, sobretudo, a documentação diversa referente a Fátima e ao Hotel Nossa Senhora do Rosário de Fátima- Inventário e Balanço (1926-1930)



"a ficha 3128- descrita como Documentos sobre a "Comissão angariadora para Legionários pobres e documentos sobre a Causa Monárquica"- inclui, também documentação com referências à Legião Portuguesa."

Acquisition information
Documentação depositada por vários membros da família em Fevereiro de 2002 e por António Rugeroni de Saldanha em Março de 2005.
Scope and content
O arquivo da Casa dos Marqueses de Rio Maior é constituído, predominantemente, por documentação de administração patrimonial: receitas e despesas pessoais e relativas às diversas propriedades e por correspondência relacionada com a administração.

Entre outros refiram-se os tombos da comenda de São Salvador de Maiorca, da comenda de Santa Maria da Torre, do morgado da Oliveira de 1768, da alcaidaria-mor de Penha Garcia (1629), da comenda de São Martinho de Santarém (1776-1779), do morgado de Barcarena (1768-1772), do real pinhal de Azambuja [1800], da Casa dos senhores da Trofa; uma Memória do estado da casa (1810); Índices do cartório da Casa; inventários do 1º e 2º Condes; Regimento da Casa (1808).

Reporta-se ainda aos morgados de Azinhaga, à Quinta da Biscainha (no Penedo da Cruz dos coutos de Évora), à Quinta de Vale de Ventos, à Quinta da Ponte do Caia, à Quinta de Mato Miranda, à comenda de Santa Maria de África e à generalidade dos bens da Casa, situados, grosso modo, em Alcobaça, Alhos Vedros, Alverca, Arruda, Évora (distrito), Golegã, Lisboa, Moita (concelho), Proença-a-Velha. Contém cartas geográficas e plantas diversas das propriedades da Casa. Encerra igualmente documentação relativa à "contabilidade doméstica" da casa de Rio Maior (despesa da cozinha e copa, por exemplo). De referir ainda a documentação relativa a "Despesas de Subserra" (1884-1901).

Entre a documentação de carácter pessoal encontram-se nomeações para diversos cargos de vários membros da Casa, causas e demandas judiciais (como por exemplo a demanda sobre a sucessão do morgado de Cadafais, em 1818), escrituras de casamentos; testamentos; inventários de bens (refiram-se, a título de exemplo, os da capela da Quinta de Oliveira e da mobília do palácio - 1811; da mobília do palácio e da capela dos morgados de Oliveira e Vale de Sobrados - 1817-1822; de móveis da casa - 1780 e 1807; uma relação de todos os bens pertencentes aos inventários da casa - 1829; um inventário de bens da Casa em 1891; móveis e utensílios do Palácio da Anunciada - 1927-1928, entre outros); certidões de nascimento e de óbito; Contas da Sociedade Agrícola de Mato Miranda [1925-1930] e correspondência da mesma; os trabalhos literários do 2º Marquês sobre a Nobreza na Restauração de Portugal, sobre o Marquês de Pombal, os Saldanhas na Restauração; os Diários do 2º Marquês; as Memórias manuscritas do 1º Conde, os Manuscritos do 3º Conde, e as Memórias genealógicas do 2º Conde.

Contém, ainda, documentação que decorre da atribuição e desempenho de cargos por parte de diferentes membros da família (militares e diplomáticos). A título de exemplo pode referir-se a relativa ao Regimento de Voluntários Reais da Milícia a Pé de Lisboa Oriental (1807-1810), ou a relativa à comissão do Conde de Rio Maior na Corte do Rio de Janeiro (1823).

Além da correspondência recebida pelos Condes, e da correspondência do 2º Marquês, inclui cópias de Ofícios enviados de Madrid para o Rio de Janeiro (1814-1817) e para Lisboa (1814-1820).

Inclui ainda documentos autógrafos e apontamentos históricos sobre os principais actos do reinado de D. José I, pelo Marquês de Pombal [1778-1780], documentos sobre os serviços prestados por António de Saldanha nas guerras da Restauração [cartas de D. João IV e do Patriarca de Lisboa], Avisos do Paço, Avisos da Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, Instruções reservadas para o Conde de Rio Maior 1801 e documentos relativos à Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães

Podem ainda referir-se documentos sobre a Comissão Angariadora de donativos para legionários pobres e documentos sobre a Causa Monárquica; documentos sobre festas de Lisboa; recortes de jornais sobre Portugal e outros países europeus; documentos sobre a celebração centenária (1940); sobre o título "Ditadura Nacional"; sobre a Exposição Regional de Oeiras; sobre o Congresso do Mundo Português; sobre tauromaquia; folhetos sobre exposições, concertos e teatros; registo de santos; documentos relativos à Legião Portuguesa e a diversas associações.

A documentação depositada em Novembro de 2004 é constituída, por correspondência dos 3.º Condes de Rio Maior, João de Saldanha Oliveira e Sousa e Isabel de Sousa Botelho, para seus filhos, António e José de Saldanha Oliveira e Sousa, destes para sua mãe e de diversos para este último, contando-se entre os correspondentes seu primo Luís de Saldanha Oliveira e Sousa, o Duque de Palmela, Augusto Saraiva de Carvalho e Augusto de Castilho.
Arrangement
Sequência numérica (por "Fichas") de livros, maços e caixas da primeira incorporação; sequência numérica dos maços da segunda incorporação.

Foi respeitada e mantida a organização da documentação com interesse histórico, dada pelo Sr. Serafim Cóias. Foi mantido o seu acondicionamento em maços e caixas, os maços estão numerados sequencialmente, num total de 167 e as caixas também sequencialmente, num total de 77.
Access restrictions
A documentação encontra-se em tratamento arquivístico, o acesso e utilização pode não ser imediato.



De acordo com o contrato de depósito celebrado a 4 de fevereiro de 2002 e o contrato de depósito celebrado a 15 de março de 2005, as condições de acesso são as seguintes:

Cláusula 8.º "Os depositantes autorizam o depositário a expor e dar à consulta, no âmbito da sua actividade normal, a documentação histórica."

Cláusula 11.º " 1. O depositário não pode ceder a terceiros, a qualquer título, a documentação sem que para isso seja expressamente autorizado por todos os depositantes. 2. Quando a cedência a terceiros se destine exclusivamente a exposições ou outros eventos de manifesto interesse cultural, a cedência presume-se autorizada desde que os depositantes a tal não se oponham nos vinte dias seguintes do recebimento do pedido de cedência. 3. A reprodução textual e a reprodução por fotografia ou qualquer processo análogo fora dos casos previstos no art.º 75 do Código do Direito de Autor, da totalidade ou de qualquer parte da documentação histórica, implica, igualmente autorização dos depositantes, que, todavia, se presume concedida no caso de não ser recusada por qualquer dos depositantes no prazo de trinta dias após comunicação da depositária informando das características e extensão da reprodução pretendida, tipo de obra onde a mesma será inserida e respectivo autor."
Language of the material
Português
Other finding aid
Guias e Roteiros:

PORTUGAL. Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo. Direcção de Serviços de Arquivística - "Marqueses de Rio Maior". in Guia Geral dos Fundos da Torre do Tombo: Colecções, Arquivos de Pessoas Singulares, de Famílias, de Empresas, de Associações, de Comissões e de Congressos. Coord. Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha [et al.]; elab. Lucília Runa; fot. José António Silva. Lisboa: IAN/TT, 2005. vol. VI. (Instrumentos de Descrição Documental). ISBN 972-8107-69-2. p. 267-271. Acessível no IAN/TT, IDD (L602/6).

CÓIAS, Serafim - Arquivo Histórico da Casa de Rio Maior. (Base de dados). 2000 (Relativo à primeira parte do depósito).

ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO – Marqueses de Rio Maior: catálogo. Lisboa: ANTT, 2016. [Documento electrónico]. Portugal, Torre do Tombo, Instrumentos de descrição L 732.
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Portugal, Torre do Tombo: Morgado de Barcarena.
Creation date
12/12/2006 00:00:00
Last modification
18/12/2017 14:30:31