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Correspondência de Rosa Castanho

Description level
File File
Reference code
PT/TT/AOS/E/0058/00005
Title type
Formal
Date range
1952 Date is uncertain to Date is uncertain
Dimension and support
29 f. (10-38), 1 cartão, 1 pagela; papel
Scope and content
Contém a carta da Dr.ª Rosa Castanho, Licenciada em Ciências Históricas Naturais pela Universidade do Porto, dirigida ao Dr. Salazar. Refere que reside em uma Pensão de Religiosas, na Rua da Cedofeita, trabalhou no Serviço Meteorológico Nacional em 1946 - durante dois anos, noite e dia, domingos e feriados sem direito a férias, devido a falta de pessoal. Foi despedida pelo Prof. Amorim Ferreira em 1948 -, vive sozinha numa casa alugada em Lisboa. Diz a autora "é mais uma, das muitas mulheres que recorrem à paternal proteção de V. Ex.ª procurando conforto moral e auxílio económico (...) a vida é na verdade muito difícil para quem, como eu se vê só no mundo".

Integra a informação do Ministro da Educação Nacional, Dr. Fernando Andrade Pires de Lima acerca da Dr.ª Rosa Castanho, bem como a resposta do Secretário do Dr. Salazar, a informar sobre as providências tomadas através da Administração do Porto de Lisboa, no sentido da Dr.ª Rosa Castanho vir a trabalhar na Secretaria do Instituto de Alta Cultura.

Integra uma denúncia redigida cronologicamente envolvendo várias Instituições do Estado e administradores, e ainda o Ministro Galvão Teles. De acordo com a "denúncia" desde 1946 que não se publica o Anuário do Instituto de Alta Cultura". Posteriormente, foi fundado o Centro de Estudos de Etnologia Peninsular, na Universidade do Porto, pelo Professor A. Mendes Correia. Após o falecimento deste, o lugar foi ocupado pelo "Professor Jorge Dias, (...) que trouxe para Lisboa o recheio bibliográfico do Centro sem autorização do Reitor, mas com o apoio do Dr. Medeiros Gouveia e a pedido do Dr. Adriano Moreira". Os livros foram instalados no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina. Todavia, "No Porto, o IAC decidiu instalar um novo Centro, decisão tomada por Galvão Teles”. Contudo, o “Dr. Martins de Carvalho tem mais poder no IAC que o Presidente, que lhe é dado pelo Ministro Galvão Teles, pois atuam na mesma política (...) e assim dentro do IAC ele [Dr. Martins de Carvalho] aplica as verbas como entende, fazendo a sua política juntamente com a do Adriano Moreira, Almerindo Leça, Gonçalves Rodrigues, Galvão Teles e outros (...) reúnem-se todos em uma casa vigiada por duas funcionárias Regina Silva Pereira e Soledade Soveral".

Relativamente à concessão de bolsas de estudo, dão-se 1.000$00 (sem incluir material de laboratório, entre outros). As atividades no estrangeiro são executadas com o desconhecimento do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Elencam-se irregularidades praticadas por altos funcionários, apropriação de dinheiro indevido, nepotismo, falta de habilitações para o exercício de um determinado cargo, entre outros. Menciona-se o caso da Fundação Calouste Gulbenkian, o Centro de Estudos Filológicos - instalado na Av. 5 de Outubro -, do Instituto Superior Técnico, e de diversas Faculdades do País. Alude-se ao Dr. Santos Matos, Secretário Adjunto, a trabalhar na RETUR, não cumpre o horário no Instituto, e recebe "subsídios trimestrais de 20.000$00". A propósito do "futuro VII Colóquio Luso-Brasileiro que estava marcado para se realizar em Paris, ou no Brasil (...) foi realizado no Funchal, porque ao Adriano Moreira convém realizar o Congresso das Comunidades no Brasil e por outro lado o Dr. Martins de Carvalho quer ser o Presidente do Colóquio, pondo de parte, os Professores Lopes de Almeida, Virgínia Rau, Costa Ramalho, Prado Coelho", entre outros.
Physical location
Arquivo Oliveira Salazar, AOS/CP-058, cx. 915, f. 10-38
Language of the material
Português
Creation date
19/10/2018 17:28:39
Last modification
22/03/2024 16:33:21