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Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e Castela por Duarte de Armas, escudeiro da Casa do rei D. Manuel I

Description level
File File
Reference code
PT/TT/CF/159
Title type
Formal
Date range
1509 Date is certain to 1510 Date is certain
Dimension and support
1 liv. doc. textuais e iconográficos (139 f., 2 p., 350x250 mm); perg. e papel
Biography or history
Segundo os autores da obra "Duarte Darmas: do cálamo ao drone: Duarte Darmas no Alentejo: uma Nota Explicativa" «Os anos de 1509 e de 1510 marcaram, certamente, a vida de Duarte Darmas. Filho de um elemento da corte, destacou‑se como desenhador ao serviço de D. Manuel. Pouco se sabe deste servidor do monarca, nascido em Lisboa no ano de 1465, filho de Rui Lopes de Veiros, escudeiro da Casa

Real (Branco, 2006: 7‑9 e Dias, 2015: 23‑24). A vida conhecida do nosso autor quase se resume à referência à sua atividade como desenhador, com destaque para o trabalho de levantamento das fortificações e a algumas informações sobre bens de que era proprietário. Desconhecem‑se a data e o local do seu falecimento. Duarte Darmas ganharia um lugar na História graças a esta tarefa, que lhe foi cometida pelo rei. O monarca encarregou‑o de registar as suas fortalezas raianas, num claro propósito de afirmação política e de marcação do território. [...]. Sobre a sua obra temos um estudo bastante aprofundado, da autoria de Paulo Pereira (Pereira, 2012: 561‑580).»
Custodial history
Em 1924, António Baião registou faltas antigas para os fólios 37, 38, 39 e 45. Esta nota foi colada na terceira guarda da encadernação. Em 4 de Janeiro de 1956, foi acrescentado um índice ao documento, colado após a primeira guarda.
Scope and content
Contém um índice das fortalezas e das plantas, uma tabuada das fortalezas representadas e das fortalezas em plataforma, e uma tabuada das fortalezas do extremo de Portugal e Castela (f. 134-136).

Fortalezas representadas: Castro Marim, Alcoutim, Mértola, Serpa, Moura, Noudar, Mourão, Monsarás, Terena, Alandroal, Juromenha, Olivença, Elvas, Campo Maior, Ouguela, Arronches, Monforte, Assumar, Alpalhão, Castelo de Vide, Nisa, Montalvão, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Segura, Salvaterra, Pena Garcia, Monsanto, Penamacor, Sabugal, Vilar Maior, Castelo Mendo, Castelo Bom, Almeida, Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Pena Roia, Miranda do Douro, Vimioso, Outeiro, Bragança, Vinhais, Monforte de Rio Livre, Chaves, Montalegre, Portelo, Piconha, Castro Laboreiro, Melgaço, Monção, Lapela, Valença, Vila Nova de Cerveira, Caminha, Barcelos, Sintra.

Inclui a indicação dos nomes dos alcaides, representação de pendões reais, pontes, cursos de água, embarcações, de igrejas, ermidas, paços, de casario, conventos, de pessoas, forcas, muralhas em derrocada ou por concluir, campos cultivados, entre outros. As plataformas indicam a altura e a largura dos muros e barreiras, o tipo de aposentos, entre outros.

Segundo Santiago Macias e Fernando Branco Correia autores da obra "Duarte Darmas revisitado: do cálamo ao drone", «O levantamento feito incluía dados detalhados, com medições, em varas e pés, das torres e panos de muralhas das alcáçovas. O desenhador construía um documento gráfico de grande importância iconográfica de dezenas de sítios raianos, ao mesmo tempo que dotava o comando militar do reino de uma peça de enorme importância estratégica. [...]

Cada local, «tirado do natural», era representado com três imagens (as exceções reportam‑se aos locais que não têm alcáçova, como Assumar): foram registadas duas vistas (os «debuxos»), cinematograficamente em campo e contra‑campo, e uma planta de cada alcáçova (a «prataforma», ou plataforma). As duas imagens eram obtidas, quase sempre, de ângulos opostos, embora muitos exemplos escapem a essa regra. Duarte Darmas indica os azimutes a partir dos quais fez os registos, mas esse dado é apenas aproximado.».

De acordo com o estudo publicado por Mário Barroca "O Livro das Fortalezas de Duarte Darmas – contributo para uma análise comparativa [...]", «[...] O exemplar do IAN-TT [...] Trata-se de um manuscrito [...] medindo cerca de 350x 250 mm (dimensões adquiridas depois de ter sido aparado e encadernado). É composto por duas partes. Na primeira parte são apresentados 55 castelos raianos com duas vistas, ocupando cada vista um duplo fólio. Esta primeira parte abre com um índice geral e encerra com quatro vistas, igualmente de duplos fólios, que escapam à lógica dos restantes desenhos por não se tratar de castelos raianos. [...] A segunda parte compreende 51 plantas de outras tantas estruturas militares, cada uma ocupando meio fólio. Sublinhemos que estas plantas não dizem respeito à totalidade das vistas desenhadas na primeira parte, mas se circunscrevem ao que poderíamos chamar a “estrutura militar”. Isto é, enquanto na primeira parte temos duas vistas de cada povoação com o seu castelo, na segunda parte temos apenas a planta da parte correspondente à estrutura militar – o castelo – que são muito ricas em pormenores e em informações de natureza arquitectónica. Diríamos que é nesta segunda parte que se concentram, verdadeiramente, as informações estratégicas do Livro das Fortalezas. O volume encerra com uma “Tavoada das fortalezas do estremo de Purtugall e Castella” (fl. 134 a 136), que é, na realidade, o itinerário viário empreendido por Duarte de Armas para visitar os 55 castelos, e que foi estudado e valorizado por Iria Gonçalves [...]».

Encadernação em couro verde escuro, gravada a ouro.
Access restrictions
Documento sujeito a autorização para consulta e a horário restrito.
Physical location
Códices e documentos de proveniência desconhecida, n.º 159
Previous location
CF 159
Language of the material
Português
Alternative form available
Cópia de consulta microfilmada. Portugal, Torre do Tombo, mf. 558

Cópia de consulta fotografada. Portugal, Torre do Tombo, NAF/07473 a NAF/07632.
Related material
Espanha, Biblioteca Nacional de Espanha, MSS/9241, Livro das fortalezas [Manuscrito] / Duarte de Armas. Disponível na WWW: URL https://bdh-rd.bne.es/viewer.vm?id=0000096106&page=1
Publication notes
ARMAS, Duarte de - Reprodução anotada do Livro das Fortalezas de Duarte Darmas. Por João de Almeida. Lisboa: Império, 1943. Exemplar existente Torre do Tombo, Biblioteca SV 3607.
DUARTE DE ARMAS - Livro das fortalezas de Duarte de Armas. Estudo introdutório de Manuel da Silva Castelo Branco. Lisboa: INAPA; Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 1990. 20, (136) p.. ISBN 972-9019-26-2. Exemplar existente Torre do Tombo, Biblioteca 143/93.
PIMENTA, Alfredo - Duarte Darmas e o seu livro das fortalezas. Lisboa: A. Pimenta, 1944. Exemplar existente Torre do Tombo, Biblioteca SV 3581 (2).
MACIAS, Santiago; CORREIA, Fernando Branco - "Duarte Darmas revisitado: do cálamo ao drone". Mértola: MultiCulti - Culturas do Mediterrâneo, 2021. [Em linha]. [Consult. 29 Ago. 2023]. Disponível em WWW:URL:https://www.duartedarmas.com/img/DD_final.pdf
MACIAS, Santiago; CORREIA, Fernando Branco - "Duarte Darmas revisitado: do cálamo ao drone: Livro. Exposição. Filme. Sítios [...]". Mértola: Ilusões da História - Oficina de Museus Lda., 2022. [Em linha]. [Consult. 29 Ago. 2023]. Disponível em WWW:URL:https://www.duartedarmas.com/
ALMEIDA, João de – "Reprodução anotada do Livro das Fortalezas de Duarte de Armas". Lisboa: Editorial Império, 1943.
BARROCA, Mário – O Livro das Fortalezas de Duarte Darmas – contributo para uma análise comparativa dos manuscritos de Lisboa e de Madrid, in "Genius loci: lugares e significados, breves reflexões". Org. Lúcia Rosas et al.. vol. 2. Porto: CITCEM. p. 183‑205. [Em linha]. [Consult. 29 Ago. 2023]. Disponível em WWW:URL:https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/17031.pdf Na página 184 lê-se: «Do Livro das Fortalezas existem dois manuscritos: o mais conhecido e divulgado encontra-se no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa; outro exemplar, sensivelmente coevo deste, foi recolhido na Biblioteca Nacional de Espanha, em Madrid. O objectivo do presente texto é fazer uma primeira análise comparativa dos dois exemplares para tentar perceber o que motivou esta dupla existência e determinar qual a cronologia de cada um.»
ARMAS, Duarte de - Livro das Fortalezas". pref. Armindo Jacinto; apresentação e leituras João José Alves Dias. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2015. 410 p.. Transcrição de documentos do ANTT: Livro das Fortalezas situadas no extremo de Portugal e Castela [...], Códices e documentos de proveniência desconhecida, Casa Forte 159. Facsímile do original. ISBN 978-989-658-260-9. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca SV 55/16, 94(469)
Notes
Título formal: "Este livro he das fortalezas que sam setuadas no estremo de Portugall e Castella [...]".

Do texto de Santiago Macias apresentado em "Sítios", cujo projecto se encontra descrito na Nota de Publicação se tira:

«Um pouco antes de 1510, Duarte Darmas (1465-????), escudeiro do rei D. Manuel I, foi encarregue pelo monarca de registar em desenho todas as fortalezas da raia. O levantamento abrangeu 56 castelos, de Castro Marim a Caminha.

De todos castelos levantados, 20 (um pouco mais de um terço) situam-se na fronteira do Alentejo, uma das mais extensas e importantes do País. É sobre essa vintena de castelos, um eles atualmente em território espanhol, que se debruça a presente proposta. De cada castelo, Duarte Darmas tirou duas perspetivas e fez uma planta da alcáçova. No essencial, a imagem urbana em campo e contra-campo, com as muralhas e o ambiente urbano a servirem de enquadramento. O registo da alcáçova dá direito a medições, feitas em varas e pés. Um registo pormenorizado, ainda hoje de grande utilidade, em especial nos sítios onde se fizeram modificações dignas de registo.

Qual o tema do projeto? A revisão da imagem dos sítios. Ou seja, que veria em cada localidade Duarte Darmas, se no presente pudesse regressar aos sítios que visitou.

Qual o objetivo de “Duarte Darmas revisitado”? Identificar as principais peças de arquitetura que o desenhador viu no século XVI, revisitá-las e contrastar esses verdadeiros ícones com outros monumentos que, em cada sítio, foram sendo construídos até à atualidade. A utilização de novas tecnologias permitirá não só ver o que Duarte Darmas registou como, também, perceber os seus métodos de trabalho e o modo como compunha as imagens.».

Rui Lopes de Veiros encontra-se mencionado na lista "II-Escrivães" na reedição da obra publicada por Azevedo, Pedro de; BAIÃO, António - "O Arquivo da Torre do Tombo [...]". Lisboa: ANTT - Livros Horizonte, 1989. p. 214, como escrivão da Torre do Tombo por 1470. Está também documentado nas Gavetas, em 1483 (Gav. 8, mç. 2, n.º 7), em 1484 (Gav. 15, mç. 10, n.º 15) e em 1488 (Gav. 7, mç. 18, n.º 13).
Creation date
12/11/2008 00:00:00
Last modification
29/08/2023 14:45:30