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Inventário de extinção do Convento do Coração de Jesus da Estrela de Lisboa

Description level
File File
Reference code
PT/TT/MF-DGFP/E/002/00055
Title type
Atribuído
Date range
1856 Date is certain to 1944 Date is certain
Dimension and support
1 proc., 3 plantas (3542 f.); papel
Scope and content
O Convento pertencia à Ordem dos Carmelitas Descalços, também era conhecido por Convento da Estrela, estava situado no largo da Estrela, freguesia da Lapa. Foi extinto em 29 de Abril de 1885, por morte da última religiosa.

Em 1885, a 4 de Julho, a Fazenda Nacional tomou posse do edifício do Convento, anexos e de todos os bens imóveis e móveis. Foi representada pelo Dr. José Gomes Arouca, administrador do Bairro Ocidental de Lisboa e cónego escrivão da Fazenda, encontrando-se também presente o presbítero Francisco Herculano Cordeiro, capelão da Ermida do Senhor Jesus dos Navegantes, nomeado pelo cardeal patriarca, e o capelão confessor do Convento, o padre Adolfo Máximo Gomes de Faria.

Contém inventários de bens imóveis (prédios rústicos e urbanos) e dos bens móveis, títulos de crédito público, bem como o Documento N.º 2 das pratas, móveis, paramentos e imagens extraviados, do extinto Convento do Coração de Jesus à Estrela, segundo o inventário feito em 1885 (refere reposteiros e tecidos de ornamentação, casquinhas, almofadas de damasco e de diversos tecidos de seda, porcelanas, faianças da China, alcatifas, peças de bronze e outros metais, castiçais e tocheiros de madeira entalhada, quadros a óleo, paramentos, imagens e pratas), o inventário dos objectos desaparecidos pertencentes ao Convento, descritos no catálogo da Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental, realizada em Lisboa (1882).

Inclui o mapa das conventuais e seculares existentes no Convento depois de 1830, uma apólice n.º 95323 passada pela Companhia de Seguros Bonança, às religiosas do Convento da Estrela de uma propriedade de casas situadas na vila de Torres Novas (1883).

Contém os cadernos e livros seguintes:

- "Processo de dois foros pertencentes ao Convento da Estrela de Lisboa, situados no concelho de Torres Novas", 1883, 23 f.;

- Livro do inventário dos prazos foreiros do suprimido Convento do Santíssimo Coração de Jesus à Estrela, 1887, 186 f.;

- Inventário do Convento da Estrela, 1885-1887, 323 f., feito por Diogo Gomes de Moura, com apenso do termo de posse do mesmo edifício, e anexos, incluindo a planta das cercas do extinto Convento, feita pelo arquitecto Rafael da Silva Castro, e pelo arquitecto e pintor histórico Manuel Vitor Rodrigues, em Lisboa, a 15 de Outubo de 1885. Este inventário integra a descrição e avaliação dos títulos de dívida pública, pratas, paramentos, alfaias, imagens e outros objectos, livros, quadros, mobília, louça (da China, Índia), rendimentos e produto da venda de um boi, bem como termos de entrega de bens imóveis e móveis: ao prior da Lapa, ao prelado, à Direcção Geral da Geodesica, e ao Ministério das Obras Públicas.

Inclui a cópia do auto de posse de parte do edifício e cerca do suprimido Convento da Estrela, pelo Ministério da Guerra, para hospital militar (1884), (1944).

Reúne autos cíveis de avaliação de prazos foreiros, mapas de rendimentos.

Integra autos de avaliação de foros pertencentes aos extintos conventos:

- Subserra da Castanheira;

- Nossa Senhora da Soledade;

- das Trinas;

- Santíssimo Coração à Estrela (1890).

Inclui termos de entrega de bens, de juramento dos louvados para avaliação das propriedades situadas na cidade de Lisboa, a saber o arquitecto Rafael da Silva Castro, morador na Rua dos Ferreiros à Estrela, e do arquitecto e pintor histórico Manuel Vitor Rodrigues, morador na Calçada de São Francisco n.º 2 (1885). Os louvados descreveram a Igreja do Convento, o Convento, o antigo Hospício da rainha D. Maria I, propriedades de casas, a cerca de baixo e a cerca de cima.

Inclui relações de objectos do espólio do Convento da Estrela, e do Convento de Santo Agostinho ao Grilo, para serem incorporados nas colecções do Museu de Belas Artes e Arqueologia de Lisboa (retrato da rainha D. Maria I, do seu confessor, jóias e outros objectos), entre outros (1885, 1888).

O cartório era composto por um livro com desenhos e plantas da primitiva construção do suprimido Convento, pela "Memória da fundação deste Real Convento do Santíssimo Coração de Jesus das Carmelitas Descalças", tombo da fazenda, das "Memórias das rendas com que a rainha D. Maria I, fundou este convento, fazendo doações em 31 de Janeiro de 1781" tombo das propriedades pertencentes à Capela de São Bartolomeu, situada na vila de Benavente, tombo das fazendas da Capela de Santa Catarina, situada no termo de Benavente, tombo dos bens do Reguengo de Tavira, de receita e despesa das obras feitas na Igreja de São Pedro de Torres Novas, devido ao terramoto de 1755, livro com traslados relativos à instituição da Capela na Igreja de Santa Maria de Torres Novas por testamento de Diogo Vaz, entre outros.

O Convento continha obras de "Hagiologia Lusitana" de Jorge Cardoso, "Meditações das Domingas do ano da Infância de Cristo, da Paixão e da Ressurreição", de frei Bartolomeu de Quental, "Obras Espirituais", de S. Juan de la Cruz, "Itinerário da Terra Santa", de frei Pantaleão de Aveiro (1732), de teor místico, biográfico, teológico, moral, ascético, sendo editados em Lisboa, Veneza, Madrid, Pamplona, entre outros; de autores nacionais (padre Manuel Bernardes) e estrangeiros (1894).

Continha também colecções de jornais eclesiásticos, novenas, entre outros, alguns exemplares foram entregues ao prior da Lapa.

Compreende os inventários:

- dos livros, títulos e escrituras de prazos e mais documentos do suprimido Convento do Santíssimo Coração de Jesus, à Estrela, freguesia da Lapa, do 4.º Bairro de Lisboa, feito por José Maria de Lima (encarregado do inventário), 1894, 40 f.;

- da 2.ª parte do inventário dos traslados de títulos e mais documentos do cartório do Convento, 1894, 19 f.;

- dos livros de inventário dos bens foreiros do suprimido Convento do Santíssimo Coração de Jesus à Estrela, de diversos concelhos, Torres Novas, Golegã, Tomar, Santarém,

(1894-1888).

Contém também nove cadernos de prazos, feitos na presença da prioresa D. Ana Micaela do Coração de Jesus, entre outros (1858-1859).

Em 28 de Maio de 1888, alguns livros do espólio foram entregues a Luís Carlos Rebelo Trindade, conservador da Biblioteca Nacional de Lisboa e Inspector das Bibliotecas.

Em 30 de Maio de 1888, foram entregues livros à autoridade eclesiástica, representada pelo monsenhor Francisco Herculano Cordeiro (nomeado pelo cardeal patriarca).

Os objectos foram entregues ao Museu Nacional de Belas Artes, ao prelado, bem como à Direcção dos Trabalhos Geodesicos, à Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos, entre outros.

Inclui documentos sobre a concessão da parte principal do Convento (com entrada pela rua de Santo António à Estrela), pelo Ministério das Obras Públicas, à Direção Geral dos Trabalhos Geodesicos - onde se encontrava o Presépio, de Machado de Castro, e que a seu pedido foi retirado das suas dependências e enviado para o primeiro pavimento da Igreja.

As obras da construção da igreja tiveram início em 1779, e terminaram no reinado de D. Maria I. Nela havia quadros de Pompeo Batoni (1781) com temas alegóricos, e possuía esculturas de vários artistas, nomeadamente, do escultor Machado de Castro e dos seus discípulos, bem como um quadro da autoria da princesa Maria Benedita, do Brasil, de Pedro Alexandrino, o mausoléu da rainha D. Maria I, entre outros.

Contém uma planta da Câmara Municipal de Lisboa, relativa à abertura de um portal, de modo a poderem retirar as árvores (duas palmeiras) do Convento que foram oferecidas à instituição camarária, para os jardins municipais (1887).

Inclui requerimentos da Associação Protectora de Asilos e Oficinas para crianças pobres do sexo masculino [1895].

A Associação protectora de Asilos e oficinas para crianças pobres do sexo masculino, solicitou parte do edifício do extinto Convento para acolher as Oficinas de São José que foram criadas em Lisboa pela dita associação, em Outubro de 1890.

A Associação era presidida por D. Isabel Maria de Lacerda Castelo Branco, da qual faziam parte a marquesa de Monfalim, D. Maria Joaquina de Saldanha da Gama, a condessa do Lavradio, entre outras senhoras.

Reúne cópias de documentos da Fiscalização Técnica do Governo junto da Companhia das Águas - Medições nas minas das Freiras da Estrela (efectuadas em 1897).

Reúne ofícios sobre a cedência do edifício do Convento e conteúdo, a diversas instituições civis e militares (1912).

Contempla autos de praça e de arrematação dos objectos pertencentes ao espólio do suprimido Convento, 4.º Bairro, Lisboa.

A documentação menciona bens situados nos concelhos de Lisboa, Torres Novas, Sintra, Tavira, Benavente, Armamar (distrito de Viseu), entre outros.
Physical location
Ministério das Finanças, Convento do Coração de Jesus da Estrela de Lisboa, cx. 1941 a cx. 1946
Original numbering
IV/I/56 (1) a IV/I/56 (78) - caixa 70, 70A, 70B, 70C, 70D e 70E
Language of the material
Português
Notes
Documento selecionado para o projeto "Lx Conventos: Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX.", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.
Creation date
19/03/2009 00:00:00
Last modification
12/07/2016 10:18:57