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Inventário de extinção do Convento do Santíssimo Sacramento de Alcântara de Lisboa

Description level
File File
Reference code
PT/TT/MF-DGFP/E/002/00078
Title type
Atribuído
Date range
1856 Date is certain to 1942 Date is certain
Dimension and support
1 proc., planta (617 f.); papel
Scope and content
O Convento pertencia à Ordem de São Domingos, estava situado do lado do sul da Rua Direita do Sacramento, em Alcântara. Foi extinto em 4 de Janeiro de 1897.

Foi fundado por D. Luís de Portugal e D. Joana de Castro Mendonça, condes de Vimioso, tendo o Geral da Ordem, padre frei Jerónimo Xavier, concedido licença, a 6 de Abril de 1603.

As fundadoras, soror Isabel de Jesus, soror Joana Baptista e soror Filipa de Jesus vieram de Santa Catarina, da cidade de Évora. Juntaram-se a estas, soror Filipa do Santíssimo Sacramento, e também as seculares para tomarem hábito, Leonor Pires Rosada, viúva, e a sua filha Cecília de Sousa.

Em 9 de Julho de 1607, as fundadoras chegaram a Lisboa, instalaram-se em umas casas com sua ermida situadas na Rua do Postigo de São Vicente. A condessa de Vimioso por essa altura viúva, ingressou nas mesmas, a fim de tomar o hábito, o que se concretizou a 26 de Agosto desse ano. Permaneceram nestas instalações durante nove anos e dois meses, tendo-se transferido para o Convento de Alcântara, em 3 de Setembro de 1616.

O novo local foi doado por Lourenço de Sousa, aposentador-mor e sua mulher D. Luísa de Meneses e Noronha. Porém como era foreiro ao Priorado do Crato, de que era administrador Victorio Amadeo, príncipe do Piemonte, o mosteiro recebeu trinta alqueires de trigo, entre outros.

A Fazenda Nacional tomou posse do edifício do Convento e mais bens, a 27 de Janeiro de 1897.

Contém inventários de descrição e avaliação do edifício do Convento, igreja, cerca e anexos, dos bens imóveis (rusticos e urbanos) e dos bens móveis, alfaias, autos de avaliação de foros, prazos.

Compreende o inventário de bens do Convento, sendo prioresa soror Maria da Piedade, (intimada para nomear louvados para avaliarem os bens situados no concelho da Lourinhã) elaborado por António da Costa Morais, escrivão da Fazenda do 4.º Bairro de Lisboa (1892).

Integra mapas de bens e rendimentos, despesa, documentação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, bem como a minuta do inventário dos bens do Convento, no Bairro de Alcântara, elaborado pelo prior da freguesia de Santos-o-Velho, João dos Santos da Mata, e por Joaquim António Gonçalves, empregado da Fazenda, na presença da soror Maria de Jesus Sacramentado, em 25 de Março de 1859, autos de avaliação dos bens do concelho da Lourinhã, elaborado em 20 de Abril de 1864.

Integra o Inventário do suprimido Convento, elaborado por Francisco José Nepomuceno, da Repartição da Fazenda do distrito de Lisboa, além das autoridades competentes estiveram presentes, Francisco Tavares para avaliar os objectos preciosos, Manuel Pires para o edifício e quadros, João de Almeida Belém para os móveis, e João dos Santos para avaliar as alfaias, inclui a planta do Convento (27 de Janeiro de 1897).

Os livros do espólio consistiam na "crónica de Cister", constituições do arcebispado de Lisboa, "Crónica da Província de Santa Maria da Arrábida", "História da Inquisição do Reino de Portugal", "Historia de la Virgen Maria Nuestra Señora", "História do Convento de S. Ildephonso de Santillana", "Tombo segundo, do ano histórico diário português, notícia abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal", "Cartas espirituais", do padre António das Chagas, "Historia de la fundacion de la provincia de Santiago de Mexico", "Vida do venerável padre José de Anchieta", "Vida, virtude e milagres de Santa Teresa de Jesus", "História da fundação do Convento do Santo Crucifixo", obras do padre Juan de Avila pregador de Andaluzia, entre outros, em diversos idiomas.

Reúne listas de arrematação de bens (impressas), documentos relativos a António de Sousa Brito Maldonado Bandeira, visconde de Montalvo.

Contempla documentação da Associação Protectora de Meninas Pobres, administrada por D. Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa, a quem foi cedido o edifício do Convento e terrenos, por Portaria de 14 de Setembro de 1889.

Por Decreto de 28 de Fevereiro de 1895, foi cedida parte da cerca, a igreja e objectos de culto à Associação.

Em 8 de Abril de 1897, a presidente da Associação Maria José Soares de Albergaria, solicitou os objectos de culto que estavam à sua guarda, móveis, e livros para leitura das internas nas horas vagas.

A referida Associação, passou ainda para a administração da Associação das Irmãs Terceiras de São Domingos (tendo sido os seus estatutos aprovados por Portaria de 18 de Outubro de 1901).

Por Decreto de 30 de Janeiro de 1893, os terrenos foram destinados provisoriamente para o estabelecimento da casa de caridade denominada Dispensário da Rainha D. Amélia.

Por Decreto de 27 de Julho de 1895, foi cedida à Câmara Municipal de Lisboa, outra parte do terreno contíguo ao edifício, para alargamento da Rua do Sacramento.

A documentação menciona bens nos concelhos de Lisboa, Lourinhã, Coruche, Alcácer do Sal.
Physical location
Ministério das Finanças, Convento do Santíssimo Sacramento de Alcântara de Lisboa, cx. 1984
Original numbering
IV/A/24 (1) a IV/A/24 (27) - caixa 100
Language of the material
Português
Notes
Documento selecionado para o projeto "Lx Conventos: Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX.", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.
Creation date
19/03/2009 00:00:00
Last modification
11/03/2020 14:36:20