Convento de Nossa Senhora da Assunção de Penafirme

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/TT/CNSAP
Title type
Atribuído
Descriptive dates
[1460?]-[1831?]
Dimension and support
26 liv., 1 mç.; papel
Biography or history
O Convento de Nossa Senhora da Assunção de Penafirme era masculino, e pertencia à Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho.

A fundação do convento parece estar relacionada com uma doação de terras feita pelo concelho de Torres Vedras a Frei Gaibetino, eremita da Ordem de Santo Agostinho, para aí se instalar com outros companheiros. As primeiras referências a Penafirme como comunidade monástica organizada datam de 1318. A partir de então, as doações tornaram-se mais frequentes.

Em 1322, no testamento de D. Dinis, Penafirme foi contemplado com cem libras para missas e orações por alma do rei.

Em 1364, o papa Urbano V autorizou a transferência do Convento para Torres Vedras, quando se preparava uma nova fundação dos eremitas nesta localidade. A mudança não se concretizou. Nele residiram e foram sepultadas personalidades marcantes da Ordem. Foi beneficiado pelo poder régio, em particular, por D. Afonso V, D. Manuel e D. João III, que lhe concederam várias mercês e privilégios. A comunidade era pequena - entre 1542 e 1552, oscilava entre os 5 os 7 frades - mas estável.

Cerca de 1547 ter-se-ão iniciado as obras para construir um novo convento. Provavelmente o edifício medieval foi destruído para aproveitamento de materiais para a nova construção.

Em 1755, após o terramoto, o Convento foi abandonado, sendo transferida a comunidade para um terceiro edifício situado a poucos quilómetros do anterior.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.

Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.

Localização / Freguesia: A-dos-Cunhados (Torres Vedras, Lisboa)
Custodial history
Em 1883, no dia 9 de Maio, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda, de 20 de Março de 1865, os livros e documentos do Convento foram transferidos do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa para o arquivo da Torre do Tombo. Relação assinada por Eduardo Tavares, delegado do Tesouro, e por Roberto Augusto da Costa Campos, ajudante do oficial maior da Torre do Tombo.

Em Outrubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.
Scope and content
Contém o "Livro ou Colecção de várias escrituras antigas desde o ano de 1500 até 1600 exclusive", livros dos gastos do Convento, cartas e alvarás régios, cartas de aforamento, de arrendamento, de confirmação de arrendamento, de doação, de emprazamento, certidões de liquidação de dívidas, documentos de medição e posse, registo de contas do Convento, declarações de doação, documentos relativos à instituição de capelas, letras apostólicas, registos de milagres, sentenças de autoridades eclesiásticas, de posse, posse de bens por morte, privilégios e padrões de juro, petições, requerimento relativa à capela de D. Bernardo, testamentos, traslados, documentos de trocas entre o convento de Penafirme e o convento da Graça de Torres Vedras, de venda de bens, de mandados apostólicos, traslado de bula apostólica, certidão notarial com inquirição de testemunhas relativa a um milagre atribuído a Nossa Senhora da Graça, cartas monitórias, notificações e inventário de bens.

A actividade do Convento, sobretudo no que se refere à gestão patrimonial, está bem documentada até aos finais do século XV e durante todo o século XVI.

A documentação menciona bens situados na Lourinhã e seu termo, no termo de Torres Vedras.

A documentação refere o Paço da Madeira.

Fundos Eclesiásticos; Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho; Masculino
Arrangement
Ordenação numérica específica para cada tipo de unidade de instalação (livros e maços).
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

Relação dos livros e documentos do Convento de Nossa Senhora da Assunção de Penafirme que, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda, de 20 de Março de 1865, foram transferidos do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa, para o arquivo da Torre do Tombo, em 9 de Maio de 1883 (C 433). Descreve 26 Livros.
Related material
Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, cx. 2243, inv. n.º 302 - Inventário de extinção

Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria, n.º 673 (25) f. 110 - "Extrato de todos os títulos, graças, mercês destes convento de Nossa Senhora da Assunção de Penafirme e assim mais de todas as tenças, foros, juros que tem em direito e em frutos dividido, em 19 maços, tirado por ordem do [...] frei Tomás Peixoto [?] no ano de 1728"
Publication notes
"Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 430.
Creation date
04/04/2011 00:00:00
Last modification
11/08/2023 09:42:46