Convento de Nossa Senhora da Piedade da Esperança de Lisboa

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/TT/CNSPEL
Title type
Atribuído
Date range
1530 Date is certain to 1784 Date is certain
Dimension and support
1 liv, 2 mç.; perg., papel
Biography or history
O Convento de Nossa Senhora da Piedade da Esperança de Lisboa era feminino, pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província de Portugal da Observância.

Em 1524, foi fundado, sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade da Boa Vista, por autorização de bula do papa Clemente VII, como recolhimento para senhoras nobres, por iniciativa de D. Isabel de Mendanha, filha de Pedro de Abendano (biscaínho) e de Dona Inês de Benavides, casada com D. João de Meneses.

Foi D. Joana de Eça que prosseguiu as obras do Convento, construído no outeiro da Boa Vista, na quinta da Sizana, e nele se recolheu com duas filhas, sendo aí sepultada em 1571.

Em 1536, recebeu a primeira comunidade, constituída por nove freiras vindas de Santa Clara do Funchal, e por duas freiras vindas de Santa Clara de Santarém.

Após a morte da fundadora, esta comunidade foi protegida por D. Joana de Eça, filha de João Fogaça e de D. Maria de Eça, e viúva de D. Pedro Gonçalves da Câmara, filho do segundo capitão-donatário da ilha da Madeira.

Em 1551, o Convento tinha trinta e sete freiras, uma capela com as suas obrigações e duas confrarias. Ficou conhecido por Nossa Senhora da Esperança, devido a uma irmandade de pilotos e mestres do mar aí criada sob a referida invocação.

No terramoto de 1 de novembro de 1755 o convento ficou bastante danificado.

Em 1758, o rei manda construir um edifício para acomodar a comunidade e as religiosas provenientes dos conventos do Calvário e de Santa Clara, cujas rendas tinham sido unidas ao Convento de Nossa Senhora da Piedade da Esperança.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.

Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.

Em 1888, foi encerrado por falecimento da última freira.

Localização / freguesia: Santos-o-Velho (Lisboa, Lisboa)
Custodial history
Em 1862, por Decreto de 2 de Outubro desse ano, a documentação foi transferida do cartório do Convento de Nossa Senhora da Piedade da Esperança para a Torre do Tombo.

Em 1918, em Maio, a documentação, que se encontrava no Paço das Necessidades, foi enviada pela Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos para a Torre do Tombo.

A documentação foi sujeita a tratamento arquivístico, no final da década de 1990, empreendido por técnicos da Torre do Tombo e por investigadores externos. Em Outubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas. Desta intervenção resultou o facto de cada ordem religiosa passar a ser considerada como grupo de fundos, e simultaneamente como fundo, constituído a partir da documentação proveniente da casa-mãe ou provincial, alteração esta que provocou a alteração de cotas nos fundos intervencionados.

Foram constituídas séries documentais segundo o princípio da ordem original sempre que possível (com base em índices de cartórios quando existentes), correspondendo à tipologia formal dos actos, e que, na generalidade, é documentação que se apresenta em livro. A documentação que se encontra instalada em maços foi considerada como uma colecção ao nível da série, com a designação de 'Documentos vários', não tendo sido objecto de intervenção.

Este projecto deu origem à publicação da monografia designada 'Ordens monástico-conventuais: inventário', com a coordenação de José Mattoso e Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha.

Em 2016, os documentos que integraram o mç. 2, foram adquiridos no KhronosBazaar e doados ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo pelo Dr. Pedro Pinto.

A descrição dos documentos foi feita, na sua maioria, a partir das descrições já existentes nos ID, ou do sumário patente no verso dos documentos.
Scope and content
Contém o registo de escrituras de propriedades foreiras ao Convento: composto por cópias autênticas de aforamentos, arrendamentos, doações, compras, vendas, quitações, alvarás e sentenças, documentos de emprazamentos, entre outros.

Fundos Eclesiásticos; Ordem dos Frades Menores - Província de Portugal; Feminino
Arrangement
Organização em séries documentais correspondendo à tipologia formal dos actos.
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

INSTITUTO DOS ARQUIVOS NACIONAIS/TORRE DO TOMBO - "Ordens monástico-conventuais: inventário: Ordem de São Bento, Ordem do Carmo, Ordem dos Carmelitas Descalços, Ordem dos Frades Menores, Ordem da Conceição de Maria." Coord. José Mattoso, Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha. Lisboa: IAN/TT, 2002. XIX, 438 p. ISBN 972-8107-63-3. (L 615) p. 279-280.
Related material
Portugal, Biblioteca Nacional.

Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, cx. 1957, 1958, 1959, 1960, 1961 e 1962.
Publication notes
"Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 301-302.
Creation date
05/04/2011 00:00:00
Last modification
11/08/2023 09:47:03