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Cartas dirigidas aos Marqueses de Alorna por seu filho João e por D. Luís da Cunha

Description level
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Reference code
PT/TT/CFTR-ALM/013-13.50/0122
Title type
Formal
Date range
1744-10-25 Date is certain to 1747-03-29 Date is certain
Dimension and support
1 ui (77 doc., 199 f.); papel
Custodial history
As cartas foram cosidas apresentando quatro nervuras, sem capa ou encadernação.

Foram instaladas em pasta coberta com papel fantasia, com rótulo, e fecho por atacas de cor encarnada.

Contém cartas truncadas.
Scope and content
Trata-se de cartas dirigidas por João a sua mãe, a marquesa de Castelo Novo e ao seu pai:

1744-10-25, 1744-11-05. 1745-02-10, 16. 1745-03-24. 1745-04-12, 20, 26. 1745-05-10, 31. 1745-06-03, 4, 20, 28. 1745-07-6, 13, 19, 26. 1745-08-02, 9, 22. 1745-09-13, 27. 1745-10-04, 19, 25. Paris, 1745-03-29, 1745-12-01. 1746[?]-03-24. 1746-04-05, 14. 1746-08-14 (para Goa). 1746-09-04, 26. 1747-03-29 (esta carta no verso tem escrito «1748») .

João escreve pelos navios da Companhia do Oriente. Refere que será apresentado à Delfina por intermédio do senhor Embaixador, a festa do embaixador de Espanha, a maior parte da nobreza em campanha, as tropas no Reno, o exército da Flandres comandado pelo marechal conde da Saxónia, que estava doente e que veio a morrer. Diz que envia ao pai a lista dos regimentos e oficiais generais que foram deslocados para os quatro exércitos do Reno, Meuse, Flandres e Piemonte. Menciona a esquadra de Midley, a composição do exército francês na Flandres, a mediação da czarina para a paz. O abade de Duvaud que vai por governador dos filhos de Manuel de Sousa, escolha do embaixador. A disputa do trono imperial entre o duque da Baviera e o grão duque. O movimento dos prussianos, o início da campanha do príncipe Carlos, a má defesa da guarnição de Tournai e sua capitulação. A notícia de que o pai tinha chegado a Moçambique em três meses, a planta da batalha de Fontenay que lhe enviaria. A estadia de João em casa de D. Luís da Cunha, Francisco Mendes, os acontecimentos na Europa. As visitas feitas aos embaixadores. As despesas. «Enfim nada desejava como logo que meu Pai acabasse o seu ViceReinado o mandassem por embaixador em alguma corte, para que V. Exc.ª visse que cousa é o nosso Portugal em comparação do que podia ser» (f. 33). Constatação sobre o conhecimento da Escritura e da Bíblia por uma criança de dez anos em França, diz que o missal está traduzido em francês, o ofício divino, o de Nossa Senhora, a Bíblia e os Cânones da Igreja, os concílios, são muito melhor conhecidos do que em Portugal. Refere-se à prática da nobreza e do povo (f. 33v). Sobre a despesa da sua estadia em Paris, João diz «[...] a guerra tem posto tudo de uma carestia suma por causa dos terríveis tributos de que este povo se vê carregado e por causa da derrota da Companhia das Índias em que todo este reino perdeu sumamente tudo [...]» (f. 70). Responde à mãe sobre o seu casamento com D. Madalena de Lencastre sua prima irmã (f. 80-81). Carta dirigida ao pai com «uma exacta descrição com que empreguei este espaço de tempo»: as disciplinas e os mestres, as obras lidas, o manejo e jogos a cavalo, a sua apresentação ao rei de França, os embaixadores, o despertar do rei que «se levanta diante de todo o mundo [...] ele é bastantemente gentil homem e tem uma figura augusta. A rainha sendo muito feia tem tal modo que parece ser bonita quando fala [...] o delfim tem muito mau modo, e ao que dizem muito soberbo [...] e a sua cara não denota ter grande juízo», a descrição de uma audiência do rei, a colecção de gazetas mandada fazer pelo embaixador sobre as revoluções havidas, destinadas ao marquês de Castelo Novo; a campanha de Flandres, o desgosto de não ter participado nela e o desejo de ir para a Índia; a doença do rei de França; a remessa de sete pares de óculos com seus estojos para o pai (carta acabada em 25/10/1744, f. 132-149, 12 f.). Recomendação de Miguel Henriques Gorjão. Carta referindo o cerco de Friburgo, o acolhimento do rei em Paris, o prosseguimento da guerra, a morte do imperador, um novo Tratado da Quádrupla Aliança «em liga ofensiva e defensiva [...]», exposição sobre a forma da Terra, as expedições que o rei de França mandou fazer, o mano Luís (10-02-1745, 151-166, 16 f.). Outra carta para o pai, primeira via, em que refere entre outros assuntos, o seu casamento com D. Madalena de Lencastre e as vantagens que lhe demonstravam que poderiam advir à casa de seus pais. Menciona a reflexão que fez, depois de ter consentido, sobre a desproporção das idades, ele com 19, ela com 32, uma figura quase disforme. A escolha de João caía sobre D. Leonor de Távora «que agora se acha desembaraçada pela morte de D. Luís da Silveira [...] este tal fim principiou por simples notícias, e depois com sua vista em que achei muito mais do que me tinham dito, é de uma idade proporcionada à minha, é de uma casa em que já estive ajustado [...]». Menciona os estudos e as companhias (1746-03-24, f. 172-183, 12 f.). João diz de Portugal o seguinte: «Antes de entrar em Portugal como eu tinha saído com muito pouco conhecimento dele, sim entendia que não era muito bom país para viver mas nunca cuidei que era tão mau como o achei [...] a gente não só é pouco sociável mas absolutamente de nenhuma sociedade e segundo o meu parecer sumamente perniciosos nas companhias porque não há mais que críticas, movimentação e uma inveja devorante.» (f. 196v-187). «[...] não tenho mais que dizer senão que vou vivendo com a desconsolação com que vivem em Portugal todos os que saíram [...]» (f. 188). Refere-se a D. Leonor de Távora «[...] ninguém até ao presente me tem parecido melhor e que entendo [...] que com ela poderei viver sumamente ditoso mas no que respeita à sua formosura e mais qualidades tudo se desvaneceria se acaso a razão da qualidade se não encontrasse na sua pessoa [...]» (f. 190 v). Enaltece as proezas do pai, com o reconhecimento de todos, menciona a grande glória que o pai tem alcançado na Índia, e diz estar casado (29 de março de 1747) (f. 194-195). Refere o irmão Luís que se mantém como valido de D. Luís da Cunha e a irmã Anica.



Inclui também:

- Cartas de D. Luís da Cunha (Paris, 1745-05-03, 1745-08-03, 1745-11-15, 29, 1745-12-06, 1746-01-31).

Resposta à Marquesa sobre o agradecimento que lhe dirigiu por ter levado o conde de Assumar a Versalhes (f. 41) e o pedido para o seu filho fazer uma visita aos Estados de Flandres e à República da Holanda. Menciona a viagem de regresso de D. João contando que a sege se voltou sem causar danos, o que não aconteceria se tivesse aceite o conselho do Marquês de comprar uma berlinda alemã cujas vantagens indica. Dá notícias de Luís. Menciona a morte do Principal, a carta que deu ao secretário de Estado para João, ao passar em Fontainebleu, se despedir do rei e da delfina e o passaporte que remeteria para Leão.



- Cartas de Alexandre José de Loureiro (de Paris, de Madrid, de Perpignam, de Barcelona, 1745-04-13, 1745-07-19, 1745-08-25, 30, 1745-09-7, 27, 1745-10-11, 19, 1745-11-10, 1745-12-01, 1745-12-09/1745-12-30). Envia notícias da viagem de regresso (Perpignam, Barcelona, Madrid).



- Cartas de Gonçalo Manuel Galvão de Lacerda, de Paris, 1745-10-18, 1745-11-15. Acerca da viagem do conde de Assumar, lamentando a morte de D. Francisco de Almeida, irmão da Marquesa.



- Carta de Francisco Mendes de Góis (de Paris, 1745-12-05) sobre o embarque no porto do Havre e envio de quatro fardos do conde de Assumar, onde colocou a marca e os números que os distinguiam, notícias de D. Luís de Almeida (f. 132).



- Rascunhos de cartas da Marquesa enviadas de Almada 1745-08-17, 24, de Lisboa 1745-09-14, ao conde de Assumar seu filho, para Paris (6 f.) sobre a importância do casamento com Madalena de Lencastre (f. 53-53 v.) o seu modo de ser e de estar (f. 55-56 v.) «Madalena é imediata da casa de seus pais e da do marquês de Abrantes [...]» herdeira de duas grandes casas (f. 57v-58); «o peso desta casa com perto de 300 mil cruzados de dívidas [...]» (f. 57); a D. Luís da Cunha, 1745-12-28, para Paris, sobre o regresso de D. João, sobre o filho Luís, valido do embaixador (f. 109-111v); a Francisco Mendes de Góis, de Lisboa, 1745-09-14, de Lisboa para Alexandre em 1745-11.



Em algumas das cartas que recebia ou nos rascunhos, a Marquesa deixou comentários ao seu conteúdo, desabafos, estados de alma, ou informações do que foi sucedendo (6, 7-7v, 14, 21, 34v, 52, 62, 64, 67, 85 ,94v, 106v, 108v, 133v).



- Carta de D. João ao seu Tio.
Physical location
Casa Fronteira e Alorna, n.º 122
Language of the material
Português
Physical characteristics and technical requirements
Em 2023 apresenta fólios soltos.
Type of container
Outro
Alternative form available
Cópia microfilmada. Portugal, Torre do Tombo, mf. 7495, Item 6
Notes
Sobre Francisco Mendes de Goes veja-se GOMES, Ana Luíza de Castro Pereira - "Francisco Mendes de Goes: um Agente diplomático entre bordadores e alfaiates na corte de Luís XV." 2023, Abr, 1. [Em linha]. [Consult. 23 Jun 2023]. Disponível em WWW:URL:https://www.semanticscholar.org/paper/Francisco-Mendes-de-Goes%3A-um-Agente-diplom%C3%A1tico-e-Gomes/960338d38d786d2fafd7dcc2b63476c61ba1f801



Sobre D. Luís da Cunha, embaixador, Gonçalo Manuel Galvão de Lacerda, enviado, Francisco Memdes de Goes veja-se: FARIA, Ana Leal de - "Arquitectos da Paz: a Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815: com atlas, biografias e roteiro de fontes". 1.ª ed. Lisboa: Tribuna, 2008. p. 196, 216, 249, 252, 268.
Creation date
01/02/2008 00:00:00
Last modification
28/08/2023 18:15:43