Digital representation
Digital representation thumbnail
Available services

Carta de doação feita pelo rei D. Manuel I aos religiosos da Ordem de São Jerónimo da ermida de Santa Maria de Belém, para que nela se edificasse um mosteiro

Description level
Item Item
Reference code
PT/TT/GAV/15/15/12
Title type
Atribuído
Date range
1498-12-06 Date is certain to Date is certain
Descriptive dates
Sintra
Dimension and support
1 doc.; perg.
Custodial history
"Registada na chancelaria".
Scope and content
Trata-se da "Doação ao provincial e frades da Ordem de São Jerónimo do lugar d´assento de Santa Maria de Belém para se aí haver de fazer um mosteiro da dita Ordem", assinada pelo rei D. Manuel I.

Considerando que entre os outros sacramentos, o sacrifício e culto divino é de maior excelência e santidade e mais aceite ante Nosso Senhor que nenhum outro, e desejando nós de em nosso tempo o dito culto ser ampliado, acrescentado e honrado com quanta nossa possibilidade for, segundo todo bom príncipe e rei católico está em razão que faça. E vendo nós como o assento e sítio de Santa Maria de Belém, que está uma légua a par da cidade de Lisboa, assim por ser na praia do mar e acerca da dita cidade, como por ser lugar a que vêm aportar e ancorar muitas naus e navios e gente assim de estrangeiros como de naturais, em lugar auto e pertencente, per se nele se fazer um mosteiro e casa honesta em que possam estar religiosos que devotamente ministrem e façam o ofício e culto divino e agasalhem os pobres e estrangeiros confessando-os e dando-lhes os outros sacramentos quando lhes mester fizerem, houvemos por via d´escambo o dito lugar de Belém da Ordem de Cristo, cujo o dito assento era pela casa grande que foi esnoga [sinagoga] dos judeus situada no lugar que ora chamam Vila Nova, que foi pelo passado, a Judaria grande, com cinquenta mil réis de renda por foros de casas, dentro do lugar de Vila Nova, o que tudo assim demos à dita Ordem de Cristo pelo dito lugar de Belém. [...] a qual casa e renda [...] vale muito mais na dita Ordem do que valia e rendia o dito lugar de Belém segundo se mais largamente poderá ver pela escritura de escambo que entre nós e a dita Ordem [...] se há-de fazer. Onde nós ora movidos com zelo de bem fazer de nosso próprio motu, poder absoluto e certa ciência, damos e doamos e fazemos esmola, antre vivos valedoira, d´hoje para todo o sempre, ao provincial e frades e ermitães do bem aventurado São Jerónimo, cujo devoto somos, viventes sob a regra de Santo Agostinho e aos que depois deles vierem e sob a mesma Regra viverem, a saber, do oratório e ermida de Nossa Senhora Santa Maria de Belém com seu pomar, assim como ora está cerrado de muro e com casas que estão conjuntas ao dito pomar que estão começadas de fazer. E bem assim uma casa de morada que está acerca do chafariz, na qual casa se faz ora venda, o qual assento lhe nós assim damos com todalas entradas e saídas, águas, logradouros [...] pera que no dito logar se haja de fazer um mosteiro que seja da dita Ordem, em que se possa perfeitamente ministrar e devotamente fazer os ofícios divinos e darem sacramentos e cumprirem tudo o mais que à dita Ordem pertence. A qual doação é com tal entendimento e condição que os religiosos que pelo tempo estiverem na dita casa e mosteiro tenham sejam obrigados de em cada dia dizerem uma missa na dita Igreja pela alma do Infante D. Henrique, nosso tio, fundador que foi do dito lugar e assim pela nossa e pelos nossos sucessores como mais largamente se contém na Bula do Papa Alexandre I que ora nos outorgou e por que concedeu que na dita Igreja de Belém se levantasse mosteiro que fosse cabeça da dita Ordem de São Jerónimo.[...] Ao lavar das mãos o sacerdote se volverá para a gente e dirá em alta voz "Rogai a Deus pela alma do infante D. Henrique primeiro fundador desta casa e por a d´el rei D. Manuel que a dotou na vossa Ordem" [...] por bem da qual doação nós ora a largamos e demitimos de nós toda a propriedade por direito e [...] que nós tínhamos [...]. "E por melhor memória desta cousa mandámos delo fazer três cartas, todas três de um teor, das quais quisemos e houvemos por bem que uma fosse posta na nossa Torre do Tombo, e outra tivessem os frades de São Jerónimo, e outra estivesse no cartório da Ordem de Cristo em Tomar, pelo que à dita Ordem toca". Feita por Francisco de Matos."E mais sejam obrigados os ditos frades de dizer em fim de todalas matinas e completas, a oração de Nossa Senhora que diz "Deus, qui de beatæ Mariæ Virginis utero verbum tuum, angelo nuntiante, carmem suspere voluisti; præsta supplicibus tuis; ut, qui vere eam Genetricem Dei creditus, eius apud te intercessionibus adiuvemur." E mais farão em fim de todalas matinas e completas comemoração especial de São Miguel e de São Jerónimo". "el Rei".

Tem vestígio de selo pendente (apenas a perfuração do suporte).
Physical location
Gavetas, Gav. 15, mç. 15, n.º 12
Language of the material
Português
Physical characteristics and technical requirements
Em 2021 apresenta desvanecimento da tinta e perda parcial de suporte com prejuízo de texto.
Alternative form available
Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 4982

Cópia em formato digital.
Related material
Relação antecessora:

Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 31, fl. 32-32v

Relação sucessora:

Portugal, Torre do Tombo, Leitura Nova, liv. 17 (Livro 1 da Estremadura), f. 118 v., coluna 2.

Transcrito sumariamente em Portugal, Torre do Tombo, Reforma das Gavetas, liv. 30, f. 137 v.
Notes
O documento encontra-se planificado.
Creation date
14/06/2012 09:46:54
Last modification
26/11/2021 12:28:41