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Correspondência recebida da Rainha D. Amélia

Description level
Instalation unit Instalation unit
Reference code
PT/TT/FFA/B/001/0003
Title type
Atribuído
Date range
1900-02-17 Date is uncertain to 1910 Date is uncertain
Dimension and support
1 mct. (107 doc.); papel
Scope and content
Contém 37 sobrescritos e 70 cartas distribuídos em macetes.



Inclui sobrescritos do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia dirigidos aos seguintes destinatários:

- Vice almirante Ferreira do Amaral;

- Conselheiro Ferreira do Amaral;

- Contra-almirante Ferreira do Amaral, Inspeção do Arsenal da Marinha, morador na Rua da Quintinha, n.º 51, Lisboa;

- Presidente do Conselho.

Alguns envelopes timbrados incluem o selo postal, o carimbo do correio, o brasão do rei e da rainha incrustados em lacre vermelho, e preto.

Há envelopes com bordas pretas (sinal de luto).Têm inscrito no remetente Paço das Necessidades, Paço de Cascais e Paço da Pena.



As cartas autógrafas da rainha D. Amélia, tratam de assuntos relativos ao estado financeiro dos Institutos que preside, de convocação de reuniões da Comissão Central dos Socorros a Náufragos, da nomeação de José de Andrade Navarro para a Direção do Instituto Ultramarino, informações sobre pessoas, atitudes pessoais, segurança pessoal, entre outros.

Macete datado de 1907

Inclui a carta da Rainha a queixar-se a Ferreira do Amaral, amigo e conselheiro, dizendo que não recebeu resposta aos ofícios enviados ao Ministério do Reino, "mas como as más criações ficam com quem as fazem".

Por outro lado, agradece o convite da Sociedade de Geografia para assistir à sessão, manda Ferreira Amaral lavrar o Decreto da nomeação de D. Joana Chaves Hintze Ribeiro para a Direção do Instituto Ultramarino (22 de janeiro de 1906).

Noutra carta D. Amélia manda atribuir uma pensão a título temporário, a Angelina Vidal, escritora, em precária situação financeira, corresponde-se com ela de quem recebe versos, compara-a à escritora Luisa Mitchel. A Rainha diz ainda "que vida extraordinária a do marido e que bem que [vossemecê] faz viver este D. Juan". A Rainha trata também do assunto relativo à neta do almirante Pinho “enquanto for viva não a deixará desamparada”, sendo que concede uma pensão mensal de 10$000 à viúva do alferes Maura.

O acervo inclui informação da entrega do benefício do [Teatro] São Carlos, feita por Paccini a favor do Instituto, o pagamento do camarote feito pela condessa de Penha Longa, o conde da Ribeira e a visita da mãe da Rainha.

Compreende a proposta de nomeações régias para D. Maria José Gaivão Mouzinho de Albuquerque - comissão executiva – e D. Maria Joaquina de Saldanha da Gama de Ornelas para substituir a condessa de Valbom. E da contribuição paga por Almeida Eça para o Instituto (12 de outubro de 1904).

Noutra carta, a Rainha manifesta pesar pelos tristes acontecimentos ocorridos em África, dizendo a Ferreira do Amaral que terão de valer às famílias, enquanto não receberem a pensão de sangue (Cascais, 7 de outubro de 1904). Por outro lado, refere que falou com Júlio de Vilhena acerca de uma lei de atribuição de pensões, e que este lhe prometeu apresentar uma proposta de lei na Câmara, acrescenta "e assim o bem que o nosso Instituto possa fazer às viúvas e órfãos dos que morreram em serviços do País, não será exposto a cair nas mãos dos agiotas".

D. Amélia menciona ainda, Francisco Maria Bacelar, entre outros.

Macete de cartas após 1908:

Contém um envelope com papel de cartas autógrafas da rainha D. Amélia, viúva, com timbre real, e bordadura preta.

Os assuntos tratados são, na sua maioria, relativos à gestão do Instituto Ultramarino e dos tuberculosos, sobre as medidas a tomar em relação à segurança pessoal da Rainha e do seu filho o rei D. Manuel II.

Integra um Bilhete postal ilustrado (representa o assassinato do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro, bem como a rainha D. Amélia e o filho D. Manuel II dentro da carruagem, apresenta várias figuras masculinas no passeio, entre as quais, o atirador, apontando e disparando a arma).

Há cartas que contêm as instruções dadas por D. Amélia a Ferreira do Amaral dizendo que é necessário "acostumarem-se às precauções ignoradas até hoje entre nós, mas usadas lá fora por todos os Chefes de Estado. Temos pois dois automóveis da Casa, num vai El Rei comigo e 1 ou 2 dignatários; e na retaguarda outro com os outros dignatários. Calculo que o terceiro automóvel com polícias virá cá ter e já munidos, chauffeur e polícia [...]". "À noite mandarei dizer o tempo que o automóvel terá levado hoje com o percurso indicado". Embora não refira qual é o percurso, menciona o tempo em outra carta.

A título de curiosidade, numa das cartas a rainha diz: "quis falar-lhe agora ao telefone mas a menina participou-me que a linha estava interrompida!".

A Rainha solicita ao conselheiro, a propósito da visita de D. Manuel II efetuada ao Hospital de São José, de modo que não seja extenuante nem o impressione, informa que as piores doenças contagiosas se encontram no Rego e nas enfermarias do Instituto Bacteriológico.

Contempla a ordem para a Caixa Geral de Depósitos a fim de continuar a entregar o dinheiro do fundo da tuberculose à Assistência Nacional aos Tuberculosos -, dada anteriormente por Hintze Ribeiro (1908).

A Rainha menciona o projeto das habitações populares salubres elaborado por Júdice, relacionadas com a Assistência Nacional aos Tuberculosos. Diz a Rainha "parece-me que se tem tudo a lucrar com a apresentação deste projeto ao Parlamento; mesmo politicamente, mostrar o Governo que não deixa aos republicanos o monopólio dos projetos de Lei tendentes a melhorar as condições das classes trabalhadoras ou menos abastadas” (11 de março de 1908).

Contempla informação sobre seu contrato de casamento que está em poder de Vicente Monteiro (8 de Maio de 1908); e que o seu irmão mais novo, o duque de Montpensier passa uns dias em Portugal (11 de dezembro de 1908).

No acervo existem referências a várias personalidades, tais como, António Costa, Anahory (entregou a letra destinada ao Instituto), a neta de Andrade Corvo, e João Coutinho.

D. Amélia menciona o conselheiro Melo e Sousa, tesoureiro do Instituto Ultramarino, a propósito de venda de ações da Zambézia, e ainda, deseja saúde a Ferreira do Amaral, na estadia das Águas das Pedras Salgadas, entre outros (1909-1910).

Macete de telegramas após 1908:

A rainha refere a aclamação que foi feita ao seu filho D. Manuel II em várias cidades de Portugal, nomeadamente Braga, Guimarães, Coimbra, entre outros, bem como o almoço que foi realizado em casa do conde de Margaride. Também a visita feita ao Castelo, ao quartel e à Sociedade de Martins Sarmento (onde o filho distribuiu prémios e bandeiras), e a sua estadia no Palácio das Carrancas no Porto (1908-1909).

Physical location
Família Ferreira do Amaral, cx. 2, mct. Rainha D. Amélia, doc. 1 a 107
Language of the material
Português
Creation date
07/04/2015 11:12:11
Last modification
12/01/2021 09:36:53