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A Afonso Gomes, pintor d'el-rei e a Isabel Gomes, sua mulher, removimento do contrato de aforamento e emprazamento, em vida de 3 pessoas, de umas casas na Rua do Poço, freguesia de S. Nicolau, cujo senhorio era do hospital de Maria Aboim, edificado à Porta de Santo Antão, em Lisboa.

Description level
Item Item
Reference code
PT/TT/CHR/K/38/64-248V
Title type
Formal
Date range
1503-07-08 Date is certain to 1503-07-08 Date is certain
Scope and content
Em audiência dos hospitais e capelas, pelo honrado Estêvão Martins, Protonotário da Santa Sé Apostólica, Mestre Escola e Cónego de Lisboa, Provedor-mor dos Hospitais, Albergarias e Confrarias desta cidade, aos 17 de Abril de 1497, foi publicada uma sentença contra Afonso Gomes, escudeiro e pintor d'el-rei, demandado por parte do dito Hospital por causa de umas casas que trazia aforadas, na qual dava por nenhum o contrato de aforamento, por se não haver guardado a solenidade de direito e ter sido em perda e danificamento do Hospital. Vieram os foreiros com embargos de benfeitorias, tantas que, onde valiam 5.000 rs. as casas terreas, que soíam ser banhos, então valiam 100.000 rs., pois sobre elas fizera uma casa dianteira, ladrilhada e forrada de olivel de bordos, com uma chaminé e uma escada toda forrada de bordos e, em cima uma câmara e mais uma cozinha com uma cantareira de cedro. E alonga-se ainda em muitas e interessantes descriçÁes das benfeitorias introduzidas. Foram os embargos e melhorias recebidos, e que os provasse, para o que apresentou uma inquirição de testemunhas. E levado concluso aos desembargadores do Hospital e visto em Relação, se pronunciaram pelo direito do reu a reter as ditas casas, e acordaram que lhe fosse removido o prazo, conforme ao capítulo inserto do Regimento dos Hospitais e Capelas, de "in perpetuum" para em 3 vida de três pessoas, por bem de um alvará d'el-rei, dado em Lisboa, a 15 de Abril de 1498, e escrito por António Carneiro, no qual ordenava os deputados para porem os preços aos contratos. E ainda por outro alvará incluso, datado de Lisboa, 31 de Março de 1502, mandava a Estêvão Martins, Diogo Lopes de Crvalho e a Pero Vaz da Veiga, deputados ordenados para pôr preço às casas e heranças em que houvesse benfeitorias, que olhassem ao tempo presente em que fizessem as avaliaçÁes, e não ao tempo passado nem ao tempo por vir. Os quais, em acordo firmado por Martim de Castro, cavaleiro da casa d'el-rei, escrivão por autoridade real das cousas pertencentes aos Hospitais, Capelas e Albergarias, aos 23 de Junho de 1502, em Lisboa, acordaram em que a casa em contenda pagaria de foro 1.500 rs. e duas galinhas, em duas pagas. E tendo Afonso Gomes, e sua mulher, aceite o novo foro, pago em reis de prata de 20 rs. o real da Lei de 11 dinheiros e 117 en marco, em que entrava o foro de 1500 rs. em 75 reais de prata e as duas galinhas, tudo pago dentro do Hospital senhorio, Estêvão Martins lhas deu por arrematadas. A qual casa, com suas medições, partia com casas forras do dito Afonso Gomes, pintor, e com hospital dos Tanoeiros e outros mais; e teriam a pedra com a divisa do Hospital, como el-rei mandava em seu Regimento. E com a obrigação de confirmar esta carta dentro de um ano. Gonçalo Mendes a fez.
Physical location
Chancelaria de D. Manuel I, liv. 38, f. 64v
Creation date
29/04/2011 00:00:00
Last modification
08/02/2024 09:08:58
Record not reviewed.