Available services

Martim Marreiro, o suplicante, António Marreiro, e Sebastião Marreiro, pescadores, moradores em Setúbal, enviaram dizer, por sua informação, que no ano de 1491, haveria então 10 anos, João Carvalho, que ao tal tempo era alcaide, prendera Martim Marreiro, suplicante, por comer figos lampos de uma figueira.

Description level
Item Item
Reference code
PT/TT/CHR/K/46/41-145V
Title type
Formal
Date range
1501-08-02 Date is certain to 1501-08-02 Date is certain
Scope and content
E por sua mãe dizer algumas palavras contra o alcaide, este deitara mão dela para a prender. E, tendo-a presa, João Marreiro, pai dos suplicantes, a tirara das mãos do alcaide, dando-lhe muitas punhadas, não levando armas algumas consigo. E, porquanto as palavras que sua mãe dissera ao alcaide não eram "tam crimes", fora delas relevada. E João Marreiro, seu pai, andava por Setúbal sem nunca ser preso nem por elo acusado nem demandado. Mas, haveria dois meses, estando o dito seu pai com eles, suplicantes, ajudando a botar a nau de D. Pedro de Castro, fidalgo da casa del-rei e Vedor da Fazenda, ao mar, o alcaide Diogo Dias deitara mão de seu pai e o prendera. E eles, tanto que o assim viram levar, acidentalmente se lançaram todos três a tomar paus para as mãos e, Martim Marreiro, se lançara a Pero Eanes, homem do alcaide, e lhe tomara um punhal da cinta e o pusera nos peitos do alcaide, e do Pero Anes, a quem o tomara, sem contudo lhes fazer mal algum nem outro desaguisado, nem com os ditos paus. De maneira que lhes tiraram o pai das mãos e o fizeram fugir, por bem do que andavam amorados. E, andando assim, houveram perdão de Diogo Dias, alcaide, e de Pero Eanes, seu criado, segundo dois instrumentos de perdão, um feito e assinado por Pedro Murzelo, aos 22 de Junho de 1501, e outro por Cristóvão Gomes, aos 28 de Junho de 1501, ambos tabeliães em Setúbal. Enviando os suplicantes pedir, el-rei, vendo o que assim diziam, e vistos os perdões das partes e um parece com o seu passe, lhes perdou sua justiça contanto que Martim Marreiro, por tomar o punhal, pagasse 4.000 rs. e os outros dois seus irmãos, pagassem, cada um, 3.000 rs., tudo para a Piedade El-rei a mandou somente por dom Henrique Coutinho, devido a ausência de dom Pedro, bispo da Guarda. João Alvares a fez.
Physical location
Chancelaria de D. Manuel I, liv. 46, f. 41v
Creation date
29/04/2011 00:00:00
Last modification
08/02/2024 09:17:48
Record not reviewed.