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Correspondência de Marcelo Caetano

Description level
File File
Reference code
PT/TT/AOS/E/0043/00006
Title type
Formal
Date range
1931 Date is uncertain to 1968 Date is uncertain
Dimension and support
24 f. (180 - 200, 200-A, 200-B, 200-C), 1 cartão; papel
Scope and content
Contém cartas do Dr. Marcelo Caetano, residente em Lisboa, dirigidas ao Dr. Salazar. Argumenta, após "reprimenda" recebida do Presidente do Conselho, sobre o artigo publicado no "Diário da Manhã", da sua autoria, que classifica como "inodoro, insípido e incolor. Não critica pessoas nem actos". Marcelo Caetano avisa o Dr. Salazar que vai desistir de "Discursos, conferências, artigos", e dedicar-se à História medieval, enquanto o "fantasma de D. João II se não suscetibilizar", pois "num país de tantos calos só se pode andar de pantufas" (data 1951).

Todavia, Marcelo Caetano propõe o aumento dos salários dos agentes da Polícia de Segurança Pública. Afirma o autor, olhando "para o panorama português (...) parece que estamos todos felizes com uma paz interna e convictos de uma imunidade à desordem, garantida pelo sol ou por Nossa Senhora de Fátima". Sugere ao Dr. Salazar pagar a dobrar o serviço noturno, estabelecer um prémio para as horas de serviço extraordinário, para evitar "o esvaziamento do resto dos quadros". Segundo o mesmo "o Governo dá a impressão de não ter decisão em mil pequenas coisas que constituem a vida quotidiana. É queixume geral".

Em outra carta, Marcelo Caetano dá conta do governo do Banco exercido por Venâncio Guimarães. Diz: "o Venâncio com o seu feitio de sempre, e para mais agora velho, doente e amargurado, está impaciente e truculento: não é o colaborador, nem o informador ideal". De modo, que sugere o Dr. Carlos Moura Carvalho para o substituir – “homem prudente, experiente e sabedor, com grande prática de África e do Direito (...)".

Entre outros assuntos tratados, menciona quem deve ser o relator (nas reuniões com o Presidente da Câmara), bem como alude à "Ditadura" que ele qualifica como "ridícula e insana". Critica a propósito da criação da Universidade Técnica, a reforma do Código Civil "redigida em língua de preto e sem discussão, com força de lei e nomeando uma longa comissão para a celebração do centenário de Nuno Álvares” (data: Lisboa, 4 de janeiro de 1931).

Physical location
Arquivo Oliveira Salazar, AOS/CP-043, cx. 900, f. 180-200 C
Language of the material
Português
Creation date
27/08/2018 12:00:14
Last modification
22/03/2024 16:33:21