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Correspondência de Vitorino António Veloso Reis Camelo

Description level
File File
Reference code
PT/TT/AOS/E/0044/00032
Title type
Formal
Date range
1954 Date is uncertain to 1957 Date is uncertain
Dimension and support
6 f. (399-405); papel
Scope and content
Contém a carta de Vitorino António Veloso Reis Camelo, residente em Ançã, dirigida ao Dr. Salazar. Felicita Salazar pelo discurso proferido na rádio, relativo aos acontecimentos ocorridos na Índia Portuguesa. Acrescenta, foi de Ançã que saiu voluntariamente um dos filhos "mais animosos (Abel Correia Vaz de Almeida) para a Índia. A Vila de que foram "donatários os Marqueses de Cascais, destacando-se D. João de Castro, o célebre herói de Diu, e D. Francisco de Castro, neto daquele Vice-Rei da Índia (...)". Depois de traçar o panegírico à terra de Ançã, nos domínios da Historia, genealogia, arquitetura, religião, entre outros, descreve os problemas atuais da Vila - a poluição da água das fontes, falta de saneamento, e de eletricidade.

Contempla outra carta de Vitorino António Veloso Reis Camelo, enviada da Clínica de Santa Cruz de Coimbra, por ocasião do seu internamento, sob os cuidados do seu amigo Dr. José Bacalhau, em 8 de junho de 1957. O autor conta a história da sua vida, salpicada de memórias do seu tempo de meninice. Foi espectador atento da evolução política, moral, militar e social de Portugal. Aponta a causa do afastamento da família paterna (Reis Camelo) da família materna (Rebelo Veloso), devido à "malfadada política". Refere o seu percurso estudantil, o assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe. Assistiu "revoltado quando ali [em Ançã] apareceram, rotos e esfarrapados, esquálidos e famintos alguns soldados - heróis ignorados - das Campanhas de África". Alude ao tempo de estudante na Universidade de Coimbra, bem como a recruta no Regimento de Artilharia N.º 2, da Figueira da Foz, tendo sido apelidado de "Menino bonito". Frequentou as aulas de Economia Política e Finanças do Professor Dr. Oliveira Salazar. Posteriormente, frequentou a Escola de Oficiais Milicianos e "foi com vivo entusiasmo" que viveu o curto período do Governo de Sidónio Pais "O amigo dos pobrezinhos", o "Homem grande de mais para um país tão pequeno". Participou ativamente na vigilância do Parque Eduardo VII, Amoreiras até ao Rato. Todavia, "para prémio da sua atitude [e dos colegas] honrosa... ficaram sempre esquecidos!" Tal como os cadetes de Sidónio Pais". O autor menciona o assassinato do Tenente Morais Sarmento, e da tentativa de rebelião em Angola. No Ultramar, Vitorino António Veloso Reis Camelo foi vítima da política de Cunha Leal, sendo "escorraçado do Banco de Angola". Regressou à Metrópole. Após várias peripécias instalou-se em Ançã onde vive com a sua mulher e os dois filhos. Foi Presidente da Junta de Freguesia de Ançã. Tentou falar com o Dr. Salazar através do seu Secretário Dr. Sollari Allegro, em vão. Por conseguinte, Veloso Reis Camelo, reivindica o que se tem prometido durante as eleições, isto é, a eletrificação da Vila, a reparação das ruas, entre outras sugestões, como a aquisição do Palácio dos Marqueses de Cascais em ruínas, para ali se instalar um pequeno restaurante, uma pensão, um café ou bar, onde se vendessem os vinhos e doces regionais "as ascarpiadas" da velha "tia Maria do Soure", entre outros.

Physical location
Arquivo Oliveira Salazar, AOS/CP-044, cx. 901, f. 399-405
Language of the material
Português
Creation date
04/09/2018 10:31:08
Last modification
22/03/2024 16:33:21