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Correspondência de Domitila de Carvalho

Description level
File File
Reference code
PT/TT/AOS/E/0051/00023
Title type
Formal
Date range
1937 Date is uncertain to 1966 Date is uncertain
Dimension and support
101 f. (216-318), 253A, 1 cartão; papel
Custodial history
A numeração passa do f. 256 para f. 259
Scope and content
Contém a carta da Dr.ª Domitila de Carvalho, residente na Lapa, em Lisboa, dirigida ao Dr. Salazar, a referir que em outubro de 1937, visitou em Chesnay a ex-Rainha de Portugal (D. Amélia) que lhe manda "palavras de gratidão".

Integra a carta de Maria Filomena Patacho, datada de Lisboa, 28 de fevereiro de 1939, que foi remetida a Domitila Carvalho que pede ao Dr. Salazar para a ler. Diz Maria Filomena à amiga que a sua doença " precisa de sossego e tranquilidade" o que a tem impedido de visitá-la. A causa da sua perturbação, prende-se com as provocações feitas por duas irmãs - uma é a porteira do Recolhimento. Prossegue: “essas criaturas bastante mal educadas e insolentes, pouco caso fazem das recomendações e ordens que lhe dou, e isso desprestigia-me". A irmã mais velha da porteira é costureira no Asilo Maria Pia e também vive no Recolhimento. Ambas gabam-se de serem protegidas do Presidente do Conselho, tendo-lhe dito a porteira: "quem quer bons padrinhos arranja-os". Em outra ocasião a porteira foi de tal ordem inconveniente para a autora, que D. Maria Teresa de Mello Breyner de Portugal, de 80 anos de idade e residente no dito Recolhimento há 45 anos lhe disse: "esta rapariga é insolente com V. Ex.ª porque com as senhoras ela não é malcriada (...)". Filomena Patacho desabafa com a amiga “custa muito ser desrespeitada por estas duas irmãs”, pois é estimada pelas senhoras e o resto do pessoal que vive no Recolhimento.

Contempla a carta de Gertrudes Costa, criada da Dr.ª Domitila, a solicitar ao Dr. Salazar auxílio social: "sou doente e sem ninguém", em virtude da sua protetora, estar gravemente doente (datada de Lisboa, 30 de setembro de 1966).

Inclui a carta da Dr.ª Domitila Carvalho, de 1952, a mencionar o Padre Américo "o grande amigos dos pobres (...) que parte brevemente para Luanda", pede ao Dr. Salazar que o receba. Junto encontra-se um soneto intitulado "Renúncia" - incipit (“Passo a vida a sentir a dor alheia”) -, da autoria de Domitila.

Reúne outras cartas nas quais Dimitila defende o trabalho da mulher solteira e casada fora do lar. Contribuição importante para o orçamento familiar. Pela sua própria experiência pessoal e profissional, conheceu mulheres de todas as classes sociais. Assim, menciona ao Dr. Salazar, a mulher-mãe, que vai trabalhar e “abandona” os filhos, também o faria se não trabalhasse.
Physical location
Arquivo Oliveira Salazar, AOS/CP-051, cx. 908, f. 216-318
Language of the material
Português
Creation date
27/09/2018 14:40:22
Last modification
22/03/2024 16:33:21